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Ameaça de superpopulação criou a política do filho único na China

Medidas de controle de natalidade previam distribuição de anticoncepcionais e esterilização

Por Liz Batista
Atualização:

  A China anunciou o fim da sua política do filho único. As primeiras medidas para controle da natalidade no país foram apresentadas no final da década de 1970, quando o país identificou a explosão demográfica como um dos maiores desafios para sua sustentabilidade social e econômica.  Em apenas 30 anos a China havia experimentado um extraordinário crescimento populacional, passou de 540 milhões para um bilhão de habitantes. As taxas de natalidade do período indicavam uma média de três filhos por família, o que faria com o país alcançasse em um século uma população de mais de quatro bilhões de chineses. O governo decidiu agir. Em 1980 aprovou leis de controle de natalidade.

O Estado de S. Paulo- 03/09/1980

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Sob controle. Em 1982, o Estado publicou reportagem mostrando como a China conduzia sua política de controle demográfico. Dois anos após a adoção das leis, o governo já havia colocado sua máquina de propaganda para promover a política do filho único pelos povoados do país. Filmes e peças publicitárias com o tema eram uma constante nos cinemas chineses; benefícios eram concedidos aos casais com apenas um filho; anticoncepcionais e cirurgias de esterilização eram custeadas pelo Estado; planificação e cotas de nascimentos eram fixadas por cada unidade de trabalho e monitoradas por instrutores, que mantinham anotados os períodos menstruais das operárias. Abortos em série, esterilizações forçadas, infanticídio e abandono de crianças, principalmente de meninas, já eram apontados como os mais perversos efeitos dessa política.   

Tag: China

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