Brasil derrotou Europa e suas teses em 1958

País foi o primeiro a ganhar Copa em solo europeu

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Por Carlos Eduardo Entini
Atualização:

 

 

A conquista da Copa do Mundo da Suécia em 1958 não foi o único fato inédito alcançado pela seleção brasileira. O Brasil também derrubava um tabu e uma teoria.

 

Pela primeira vez um time sul-americano conquistava um mundial fora de casa. Desde 1930, dos três torneios mundiais realizados no Velho Mundo todos foram vencidos por europeus. Os outros dois, realizados na América do Sul, foram vencidos pelo Uruguai. Na Suécia, o Brasil empatou o jogo para os sul-americanos, 3 x 3. A vitória do Brasil trouxe à tona, nas páginas dos jornais, uma discussão sobre superioridade e fatalismo no futebol. Para os europeus, o futebol praticado era tradução do povo que o praticava, “futebol considerado desorganizado em campo é no fundo a expressão do povo que o pratica”, apontou o Estado, em 1 de julho de 1958, a teoria vigente na europa.

 

Apesar de ser considerado mais bonito, o empirismo dos europeus tinha certeza de que o futebol dos sul americanos sempre seria vencido pela “potencialidade atlética que encerra pela autoconsciência de que se caracteriza” dos jogadores europeus. Mas a beleza e racionalidade europeia encontraram as pernas tortas de Garrinha & cia., e a tese não se sustentou. Treinamento. A tese de inferioridade e insuficiência do futebol brasileiro foi derrubada com maestria. A seleção contou com uma preparação inédita. Fez vários amistosos antes do torneio no Brasil e na Itália. E se concentrou no preparo físico dos atletas. Tinha uma razão: os jogadores brasileiros eram considerados despreparados fisicamente para enfrentar a rudeza dos europeus. Tudo isso, mais o talento dos jogadores, fez a seleção conquistar a taça invicta em cima só de seleções europeias.  # Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram | # Assine

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