Como era São Paulo sem avenida Paulista

Na região do Caaguaçu, ponto mais alto da cidade, havia chácaras, sítios e trilhas para boiadas

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Por Rose Saconi
Atualização:
 

No local onde hoje é a avenida Paulista existia uma floresta. Chamava-se Alto de Caaguaçu. Havia naquela região muitas chácaras, sítios e trilhas para boiadas e carros de bois. Após vários estudos e com projeto inspirado nas grandes vias europeias, um engenheiro uruguaio, Joaquim Eugênio de Lima, achou que o espigão do Caaguaçu, o ponto mais alto de São Paulo, poderia dar um bom negócio. "Áreas mais altas são também as mais saudáveis", recomendavam os sanitaristas da época. Eugênio de Lima juntou-se, então, a dois sócios, José Borges de Figueiredo e João Augusto Garcia, e fundou a Sociedade Anônima Companhia Viação Paulista. A empresa tratou de adquirir os terrenos e chácaras ali existentes. O objetivo era construir no local uma espécie de vila de luxo para a classe mais abastada, longe das já bem ocupadas áreas como os Campos Elíseos e Higienópolis. Feita a aquisição dos terrenos, que iam da Consolação ao Paraíso, num total de 3 mil metros de comprimento, começaram os trabalhos de movimento da terra, pavimentação e corte de vias transversais.Obras. Em maio de 1891, a Paulista já adquiria forma e Eugênio de Lima convidou o presidente do Estado, Américo Brasiliense, o jornalista Rangel Pestana e Júlio Mesquita - que na época era senador estadual - para visitar as obras. As autoridades foram "dar um passeio à avenida Paulista, belíssimo arrabalde que está destinado a ser, dentro em pouco, o melhor e o mais chic de todos os arrabaldes da capital", noticiou o Estado.

O Estado de S. Paulo - 16/5 e 11/10/1891

 
 
 

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