Como era São Paulo sem rodoviária

Empresas de ônibus tinham suas agências e 'pontos' no Centro da cidade

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Por Rose Saconi
Atualização:

 

 

Agência Cometa, na Avenida Ipiranga, em 1959. Foto: Acervo/Estadão

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São Paulo não tinha rodoviária até os anos 1960. Os ônibus não tinham um local certo para embarque e desembarque de passageiros. Para ir ao Rio de Janeiro se embarcava próximo à esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João. Os ônibus com destino ao Vale do Paraíba saíam da Avenida Rio Branco. Para o litoral, o embarque era na Praça Clóvis Bevilacqua, e para as cidades do nordeste no Largo da Concórdia. Era uma confusão.

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No início da década de 1950 chegou-se a cogitar a construção de uma estação rodoviária na cidade em pleno Jardim da Luz. O prefeito na época era Jânio Quadros que, atendendo às reivindicações feitas por uma Campanha da Associação de Proteção à Natureza, descartou a hipótese da "mutilação do tradicional logradouro público do Jardim da Luz. A rodoviária será instalada em outro local", como publicou o Estado em setembro de 1953.

O Estado de S. Paulo, 8/9/1953

 

A primeira Estação Rodoviária de São Paulo foi construída na gestão de Adhemar de Barros, em frente à Praça Júlio Prestes, na Luz. Desde a sua inauguração, porém, em 25 de janeiro de 1961, surgiram os primeiros protestos contra a rodoviária que foi criticada por trazer criminalidade, poluição e trânsito para a região.

"A estação rodoviária foi mal estudada quanto à sua localização. A praça Julio Prestes não apenas é pequena, como principalmente está rodeada de ruas estreitas e imprestáveis para oferecer ao tráfego um índice de vazão pelo menos razoável", escreveu o Estado no dia da inauguração.

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O Estado de S. Paulo, 25/1/1961

 

A Estação Rodoviária de São Paulo foi um dos primeiros locais públicos a receberem aparelhos de televisão - no começo apenas com uma programação restrita em circuito fechado, com informações e mensagens publicitárias -, depois transmitia a programação normal da TV aberta, atraindo muitos paulistanos que não estavam interessados em viagens, mas queriam apenas assistir TV, eletrodoméstico ainda raro nas residências nessa época.

O Estado de S. Paulo - 29/4/1965

 

Na Estação Rodoviára de São Paulo, a TV-Rodoviária 

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Em 1977, na administração Olavo Setúbal, começa a descentralização de terminais com a inauguração do Terminal Jabaquara. A partir do dia 2 de maio, todos os ônibus que serviam a Baixada Santista foram transferidos para lá. Algumas empresas tentaram permanecer na rodoviária da Praça Júlio Prestes, uma delas até conseguiu uma liminar autorizando sua permanência no local, mas logo teve que aceitar a mudança.

O governador Paulo Maluf inaugurou a Estação Rodoviária do Tietê em 9 de maio de 1982. Cinco anos depois, em 1987, foi criado o Terminal Rodoviário Bresser para "desafogar" o Tietê. Ficou em operação por 14 anos, até ser desativado em 2001.

O Terminal Barra Funda, ainda em operação, foi inaugurado em 1998 também com o mesmo propósito de aliviar a carga na rodoviária do Tietê.

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