Implodida em 2005, penitenciária teve história marcada por massacre de presos em 1992
Por Liz Batista
Atualização:
Guardavigia detentos jogando futebol na Casa de Detenção do Carandiru, em 1970. Acervo/Estadão
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Diferente de todos os demais lugares tratados na série Era uma vez em SP... a Penitenciária do Carandiru não está gravada de maneira saudosa na memória dos paulistanos. Pelo contrário, a história do presídio está marcada pela rebelião de presos que terminou no massacre de 111 detentos pela Polícia Militar em outubro de 1992, um dos episódios mais perturbadores da ação policial em São Paulo. Após um longo processo de desativação, aos poucos a cidade foi se despedindo do presídio. Os pavilhões 6, 8 e 9 foram implodidos em 2002 , e julho de 2005 foram os pavilhões 2 e 5 que foram ao chão, terminando o processo de implosão do Carandiru. No localfoi erguido o Parque da Juventude. Os pavilhões 4 e 7 foram transformados em Escolas Técnicas.
Casa de Detenção Carandiru
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Carandiru
Policial faz a vigília em frente a Casa de Detenção do Complexo Penitenciário do Carandiru, na zona norte de São Paulo, em 20/08/1960 Foto: Acervo/Estadão
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Vista externa da Casa de Detenção de São Paulo, em 05/07/1962. O presídio conhecido como Carandiru, foi inaugurado em 1920. Foto: Acervo/Estadão
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Detentos da Casa de Detenção de São Paulo lutam boxe, em 18/01/1967 Foto: Acervo/Estadão
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Detentos na oficina de trabalho na Casa de Detenção de São Paulo, em 25/10/1967 Foto: Alfredo Rizzutti/Estadão
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No pátio da Penitenciária do Carandiru, presos assistem apresentação do Circo Orfei em 27/07/1979 Foto: Paulo Leite/Estadão
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O cantor Wilson Simonal participa da festa de Natal na Casa de Detenção do Carandiru, zona norte da capital paulista, em18/12/1981 Foto: João Pires/Estadão
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Detentos concentrado em parte do pátio depois de uma rebelião que destruíu parte de um dos pavilhões na Casa de Detenção de São Paulo, em 25/10/1967 Foto: Acervo/Estadão
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Carros da Rota entram na Casa de Detenção do Carandiru. Para conter uma rebelião que teve início no pavilhão 9, a Tropa de Choque de SP, comandada pel... Foto: Mônica Zarattini/ EstadãoMais
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Multidão de parentes e curiosos lota a entrada da Casa de Detenção de São Paulo e espera apreensiva pelo final da ação policial durante a rebelião de ... Foto: Heitor Hui/ EstadãoMais
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Presos penduram faixa demonstrando luto no Complexo Penitenciário do Carandiru,três dias após o massacre ocorrido no local, 05/10/1992 Foto: Itamar Miranda/ Estadão
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Vista aérea de detentos na Penitenciária do Estado no Complexo do Carandiru durante a ocorrência uma série de rebeliões em diversos presídios do Estad... Foto: Mônica Zarattini/ EstadãoMais
Carandiru
Guarda vigia a hora de lazer dos detentos, que jogam futebol na Casa de Detenção de São Paulo, em 29/06/1970 Foto: Acervo/Estadão
A Penitenciária do Estado começoua ser construída em 1911e foi inaugurada em 1920 sob a promessa de ser um estabelecimento prisional modelo. Na época, São Paulo vivia um período de desenvolvimento econômico, que se beneficiava e estimulava o crescimento populacional da região. Nesse mesmo período, o aumento da criminalidade e a ausência de estabelecimentos prisionais adequados estavam entre os problemas enfrentados pelo Estado. A construção da nova penitenciária mostrava-se uma necessidade. O bairro do Carandiru, na zona norte, foi escolhido para abrigar o complexo. Francisco de Paula Ramos de Azevedo foi o engenheiro-arquiteto responsável pela obra, que tinha como modelo a arquitetura prisional francesa.
O Estado de S. Paulo - 13/5/1911 e 21/4/1920
Superlotação e massacre. Na década de 1940 a prisão começou a exceder sua lotação máxima. Em 1956 ganhou novos pavilhões, após reforma e ampliação das instalações, passou a ser foi considerada uma das prisões mais seguras do mundo. Mas, a falta de investimentos na estrutura prisional, o aumento do índice de criminalidade e a falta de estabelecimentos prisionais no Estado, fizeram crescer o número de detentos no Carandiru, nos anos 70, 80 e 90. Mesmo antes do massacre, a imagem de instituição modelo havia ficado há tempos no passado muros, fugas e problemas devido à superlotação tornaram-se constantes (leia mais em Carandiru: a profecia que se concretizou). O Carandiru havia sido projetado para abrigar 3.300 detentos. Entretanto, no dia 2 de outubro de 1992, estava com mais de 7 mil presos.