Uma piscina. Assim podia ser descrito o Vale do Anhangabaú em 26 janeiro de 1958. As fortes chuvas que castigaram o Estado nos últimos dias daquele mês destruíram casas, pontes, estradas, rompeu barragens e fez inúmeras vítimas. Na capital, bairros inteiros ficaram alagados, o trânsito do Centro foi interditado e a passagem subterrânea conhecida como 'buraco do Adhemar', no vale do Anhangabaú, se transformou no lago que pode ser visto na foto. Transeuntes, munidos de guarda-chuvas paravam para ver. “Houve até quem ensaiasse alguns mergulhos na grande poça de água formada na passagem de nível sob a avenida São João, no vale doAnhangabaú”, contava o Estado de 28 de janeiro daquele ano.
A cobertura do jornal relatou outros transtornos e perdas causados pelas longas horas de chuva na cidade. Os serviços de trânsito ficaram seriamente prejudicados, um homem se afogou no rio Tamanduateí e o Mercado Municipal foi invadido pelas águas e teve seu estoque de mercadorias estragado. Na edição do dia seguinte, o jornal voltou à denunciar a “deficiência do sistema de escoamento de águas pluviais” na cidade. Após mais um dia de chuva, as consequências do “violento aguaceiro” eram ainda mais graves. As chuvas haviam causado mais inundações, desabamentos e “vultosos prejuízos materiais”, principalmente nos armazéns atacadistas de cereais. Em meio a muitos feridos, três mortes foram registradas. Duas das vítimas fatais foram “tragadas pela correnteza”.
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Tags: Chuva, Trânsito
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