Manuel Bandeira na redação do Estadão

Em visita rápida a São Paulo em 1965, poeta autografou centenas de obras e visitou o jornal

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Por Liz Batista
Atualização:
 

Acervo/ Estadão

Tirada em 16 de dezembro de 1965, a foto mostra o escritor Manuel Bandeira em um momento descontraído na redação do O Estado de S.Paulo. A rápida visita do poeta ao jornal aconteceu durante sua curta estadia em São Paulo, apenas dois dias. Bandeira veio à cidade para realizar a tarde de autógrafos da obra A Morte - uma coletânea de poemas impresso em litogravura que contou com uma edição limitada de apenas 100 exemplares. A visita acabou se tornou uma oportunidade para seus leitores conseguirem um autógrafo. 

 

Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1940 e autor de obras renomadas, como Cinza das Horas (1917), Carnaval (1919) e Estrela da Manhã (1936), e de poesias que marcaram a história da literatura brasileira, como o poema Os Sapos (1918) - foi recitado entre vais e gritos da platéia na segunda noite da Semana de Arte Moderna de 1922, Bandeira tinha uma legião de admiradores. Em 15 de dezembro de 1965 centenas deles foram à Livraria Atrium, da Rua São Luiz, para prestigiá-lo. O escritor chegou a autografar mais de 400 obras numa só tarde. O evento também serviu para promover a tradução bilíngue de Rubayat, uma parceia com o poeta Homero Icaza Sanchez. Na mesma noite, Manuel Bandeira resolveu fazer uma visita ao jornal O Estado de S.Paulo, que na época ficava na Rua Major Quedinho. Uma cortesia a Julio Mesquita Filho que comparecera ao evento na Atrium. No Estado fez uma curta palestra e depois pediu para dar um passeio pela redação. Foi o suficiente para o poeta se tornar notícia no jornal do dia seguinte. Bem humorado, cumprimentou os jornalistas que trabalhavam em suas mesas, levantou os braços e disse: “Amigos, Manuel Bandeira saúda a Redação”. Falando sobre sua prazerosa estadia na capital paulista comentou, fazendo graça, que deveria trocar o título de sua clássica poesia “Vou-me embora pra Pasárgada” para “Vou-me embora pra São Paulo”. No dia seguinte retornou à sua casa no Rio de Janeiro. 

 

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Sua partida deixou saudades e inspirou a coluna“Bilhete ao Poeta”, publicado no Estado de 18 de dezembro de 1965. No texto, o também poeta e crítico de arte, Luís Martins, lamenta não ter conseguido encontra-se com Bandeira. “Concluo que há muitos anos você não vinha a São Paulo. Agora vem, e passa como um meteoro, ou um foguete interplanetário... Confesso que estou meio triste (...)”, dizia o texto. As linhas terminavam com o autor confessando onde havia encontrado consolo para aquele “rosário de desencontros”,“abro a 'Estrela da Tarde' e a 'Antologia Poética' … A mais alta, a mais pura, a mais nobre poesia de Manuel Bandeira.

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