Tudo começou de manhã, quando alunos do Mackenzie se revoltaram contra um pedágio instalado pelos alunos da USP para financiar o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) e tentaram tirar algumas faixas expostas na frente do prédio da Filosofia. Segundo relato publicado pelo Estado, se instalou uma "verdadeira batalha de paus, pedradas tiros e bombas incendiárias'.
Do alto dos prédios ocupados pelos estudantes eram lançados no prédio da Filosofia "mechas embebidas em combustível". A morte do estudante foi em torno das 15 horas, "no intenso conflito, entre os dois grupos, ouve-se um grito, e um rapaz caiu no chão. Era o secundarista José Guimarães, atingido por uma bala atrás da orelha".
Durante a passeata, José Dirceu, presidente da UEE, faz discurso
Durante a passeata vários carros da polícia foram queimados. Em alguns casos os policiais eram retirados dos veículos pelos manifestantes e diante da proporção da manifestação não reagiam. No largo do "Paiçandu (...) os manifestantes assaltaram mais uma viatura da Radio Patrulha. Os ocupantes chegaram a tentar reagir com suas armas mas desistiram. O carro foi tombado e incendiado".
O conflito seguiu o dia inteiro. A manifestação só foi dispersada quando os estudantes tentaram voltar à Maria Antônia.
Projeto Fotográfico. A proximidade do aniversário da famosa batalha despertou o interesse de um morador daquela rua, o jornalista e fotógrafo Jacques Lepine. Redator do Banco de Imagens da Agência Estado, ele conhecia as clássicas imagens do confronto entre os estudantes da USP e do Mackenzie em 1968, e ao caminhar por sua vizinhança começou a se perguntar quantas das pessoas que cruzam hoje aquelas calçadas conheceriam o histórico embate travado ali.
A camisa de José Guimarães é mostrada em frente a galeria da Av. São João,
onde hoje abriga a famosa Galeria do Rock
A maior dificuldade para realizar o projeto, é justamente o que garante a beleza do produto final, a precisão do ângulo. “Foram três dias fotografando as mesmas cenas do ângulo exato da foto original”, conta Lepine, "era necessário acertar a altura, ângulo e inclinação exatos, isso sem contar as diferenças de distorção do equipamento objetivo usado na época e o que usei para o trabalho.”
Fotos: Jacques Lepine e Acervo Estadão
Atualizado em 8/10/2013, às 11h13.
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