Era a madrugada de 24 de abril de 1915 quando o Império Otomano iniciou a perseguição e a expulsão em massa dos armênios. Mais de 800 intelectuais, entre escritores, professores, religiosos, jornalistas e homens públicos, foram aprisionados na capital, Constantinopla (hoje Istambul), e deportados para os desertos da Anatólia, onde foram assassinados.
"Notícias recebidas de Constantinopla dizem que foram presos cerca de 400 armênios sob o pretexto de que foram descobertos planos de uma conspiração, com o fim de sublevar a Armênia contra a Turquia", noticiou o Estado logo nos primeiros dias quando foi iniciada a expulsão dos armênios.
As notícias do massacre de armênios por turcos otomanos durante a
foram publicadas no jornal entre 1915 e 1917. Estima-se que 1,5 milhão de armênios tenham sido mortos neste período.
Nos anos que se seguiram, a população da Armênia Ocidental foi destruída em massa nas regiões de Van, Erzerum, Bitlis, Kharberd, Sebástia, Diarbekir, Trebizond, bem como na Cilícia, Oeste da Anatólia e outras localidades. Após a derrota na guerra, os líderes turcos foram acusados por vários crimes, mas as sentenças não deram em nada, uma vez que a maior parte deles havia fugido do país.
Polêmica. A Turquia sempre negou as acusações do genocídio. Os turcos admitem que houve um conflito civil na época, quando os armênios se rebelaram contra o Império Otomano, precursor do Estado turco, porque não queriam atender a uma convocação para lutar na guerra. O Uruguai foi o primeiro país do mundo a qualificar como genocídio, em 1965, o massacre contra os armênios. Atualmente, mais de 20 países reconhecem o episódio desta maneira, entre eles França, Itália, Rússia e Argentina, que abriga a maior comunidade armênia da América Latina e a terceira maior do mundo - com cerca de 100 mil membros. No último dia 13, o Papa Francisco descreveu as mortes na Armênia como o "primeiro genocídio do século 20".