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Na democracia, 7 de setembro é dia de contestação

Manifestações são comuns desde fim da ditadura; políticos montam estratégias para escapar das vaias

Por Carlos Eduardo Entini
Atualização:

Na pista, soldados marchando, carros e máquinas de guerra passando em frente às autoridades brasileiras em pose nos palanques. Fora dela, em frente às autoridades ou espalhados pelo País, manifestantes vaiando, gritando palavras de ordens e empunhando faixas. Tem sido esse o clima no dia em que se comemora a independência do Brasil em tempos de democracia. Para minimizar o estrago, alguns políticos tomam medidas drásticas. Em 1989, José Sarney mudou o local da comemoração, que desde os anos 70 era realizado no Eixo Rodoviário. O evento foi celebrado em frente ao QG do Exército. A justificativa foi a reforma pela qual passava a avenida e economia de recursos. No ano anterior, o ex-presidente fora vaiado e a polícia chegou a tirar faixas e agredir os manifestantes. Para reprimir a manifestação, contou com ajuda do pelotão de choque que acabara de desfilar.

 

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Durante o governo FHC, em 1999, o governo do Distrito Federal convocou seus servidores para engrossar o público. Mas não escapou das vaias. “No fim do desfile com aplausos dos convidados (...) o presidente chegou a ser vaiado por parte das pessoas que assistiam à solenidade”, relatou o Estado na edição de 8 de setembro daquele ano. A mesma tática foi usada no ano seguinte, com a contratação de 200 ônibus para levar moradores das cidades-satélites ao desfile. Mesmo assim, a solenidade acabou em vaias. Em 2011, Dilma Rousseff, em sua primeira participação no desfile, presenciou uma marcha contra a corrupção convocada pela internet que reuniu cerca de 25 mil pessoas. Enquanto de um lado da Esplanada era celebrado o Dia da Pátria, do outro desfilavam os manifestantes. Para evitar o mesmo constrangimento, no ano passado a presidente foi blindada. Tapumes foram instalados em toda a extensão da Esplanada para que os protestos no outro lado da pista não fossem percebidos. Grito dos Excluídos. Desde 1995 o movimento Grito dos Excluídos, originário da Pastoral Social da Igreja Católica, tem ocupado nessa data as ruas de várias cidades criticando o modelo econômico. Com o passar dos anos, ao Grito foram se incorporando movimentos sociais. Em 2001, ele chegou a reunir 200 mil pessoas.Abaixo, relembre essas e outras manifestações no Dia da Independência registradas pelo Estado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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