O século das incertezas sobre o clima

Estudos sobre o clima mudaram no decorrer das décadas; no começo visavam benefícios econômicos

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Por Liz Batista
Atualização:

 

Há mais de meio século o clima do planeta preocupa o homem. O campo científico que estuda as mudanças climáticas se expandiu a partir da década de 1950. Na época os estudos giravam essencialmente em torno de questões de abastecimento, produção agrícola e desenvolvimento econômico. A produção agrícola em larga escala e o mercado internacional de commodities faziam crescer a demanda por profissionais que pudessem realizar previsões climáticas à longo prazo.

 

Novas áreas da ciência surgiram, e à medida que investigavam as causas das variações climáticas as teorias que apontavam o homem como o principal responsável pela imprevisibilidade do clima aumentavam. Com os anos 1970 vieram as previsões de um futuro calamitoso. Mesmo sem consenso, desde então, vigora a noção de que é o homem o culpado pelas alterações nas temperaturas do globo e portanto cabe a ele mobilizar-se para conter os danos ao ambiente e ao clima.

 

Foi naquela década que surgiu o Greenpeace, (1971), e que a ONU se voltou para as questões ambientais, criando o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o PNUMA (1972). Em 1988, o PNUMA e a Organização Meteorológica Mundial uniram-se para fundar o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC. O órgão intergovernamental se tornou autoridade sobre o tema. Seus relatórios científicos sobre os impactos da ação do homem nas mudanças climáticas são mundialmente respeitados. Hoje, as informações contidas nos boletins do IPCC embasam tanto metas de políticas de redução de emissão de gases quanto proposições para o desenvolvimento de uma economia sustentável.

 

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