Há 30 anos os brasileiros viviam um momento de esperança, expectativa e de grande mobilização social com o anúncio do Plano Cruzado. O pacote econômico anunciado no dia 28/2/1986 foi o primeiro de uma sequência de medidas para a controlar a inflação. Além do do congelamento total de preços, uma nova moeda - que se tornaria, segundo o governo, 'forte e estável' - foi instituída: o cruzado.
“Iniciamos hoje uma guerra de vida ou morte contra a inflação. Cada brasileiro será e deverá ser um fiscal de preços”, disse o presidente José Sarney, em cadeia nacional de rádio e televisão, ao anunciar as medidas para sanear a economia.
Consumidores cantam o Hino Nacional em sinal de protesto contra preços remarcados. Acervo/Estadão
Fiscais do Sarney. “Você, brasileiro, ou brasileira, está convocado pelo presidente para ser um fiscal dos preços em qualquer lugar do Brasil”, pediu o presidente. Donas de casa e consumidores passaram então a fiscalizar os preços no comércio e denunciar as remarcações, os chamados 'fiscais do Sarney'.
Caderno Especial. O anúncio do plano mereceu destaque na capa do Estado que circulou com a manchete “O primeiro dia da guerra à inflação” e mais 14 páginas inteiras dedicadas ao assunto. Além das íntegras dos discursos de Sarney e do ministro da Fazenda, Dílson Funaro, a edição do dia 1 de março tinha uma cartilha do pacote, com explicações e orientações ao leitor sobre o novo pacote econômico. No dia seguinte, mais uma prestação de serviço do jornal que preparou uma tabela de conversão do cruzeiro para o cruzado e outra dos preços congelados pelo governo.
Fracasso. Passados catorze meses, o plano não decolou e a inflação voltou a subir. O fracasso não impediu o Plano Cruzado de gerar mais dois pacotes na administração Sarney, o Plano Bresser e o Plano Verão - ambos baseados em congelamentos e igualmente fracassados.
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Tag: Economia
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