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Trump contou fórmula do sucesso para Doria em 1988

Prefeito eleito de São Paulo entrevistou o presidente eleito dos EUA para a Folha de S. Paulo

Por Liz Batista
Atualização:

Folha de S. Paulo, 10/12/1988. Foto: Reprodução 

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O futuro presidente dos Estados Unidos e o futuro prefeito de São Paulo estiveram juntos em 1988. Naquele ano, o empresário João Doria Jr. foi pautado pelo jornal Folha de S. Paulo para entrevistar o magnata americano Donald Trump, que naqueles dias causava frisson no meio empresarial nacional por causa de seu interesse no Brasil. 

Ao estilo de seus programas de TV, Doria perguntou a Trump qual o segredo para o sucesso e fez outras questões sobre empreendedorismo e life style. O milionário, na época com 41 anos de idade, respondeu que era preciso talento, habilidade, e “uma tremenda tenacidade para o trabalho.” Um modo certeiro para empreender? Trump disparou: “o que tem que ser feito primeiro é construir alguma coisa grande e depois, deixar o mundo saber disso.

Aqui no Estadão, Trump teve seu perfil publicado em 14 de fevereiro de 1988. Com um patrimônio estimado em mais de três bilhões de dólares, negócios em expansão e o que parecia ser um toque de Midas, o céu parecia o limite para Trump e ele já começava a responder perguntas sobre uma possível candidatura à presidência dos Estados Unidos. A matéria dizia que ele garantia que não pensava em política, mas contava que "por vias das dúvidas", ela já estava inscrito no Partido Democrata, partido que ele derrotou nas urnas nesta terça-feira (08). 

'Go big'. Em 1988, Trump voltou sua atenção para as possibilidades de negócios no Brasil. Em março daquele ano, Trump doou 140 mil dólares para o vencedor de uma prova de corrida de cavalos no Jóquei Clube de São Paulo. A maior doação feita à uma única prova de turfe até então, foi a carta de apresentação do americano ao Brasil. A prova ofereceu quase dez vezes mais que o último Grande Prêmio Brasil e foi batizada de Trump Cup. O Estadão de 27 de março de 1988 anuciou o evento na capa. "Hoje, a festa de dólares do turfe", dizia a chamada. O jornal também publicou um perfil de Robert Trump, irmão de Donald, que visitava o país para acompanhar o Grande Prêmio. 

O Estado de S.Paulo - 27/3/1988

O Estado de S.Paulo - 29/3/1988

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Donald Trump e a esposa Ivana, na Trump Cup do Rio de Janeiro, 09/4/1989. Foto: Antônio Btalha/ Estadão

Trump Tower no Brasil. Matéria de 1989do Estado falava sobre a próxima aposta de Trump no País. Agora, no mercado que ele dominava, o imobiliário.O milionário confessava estar de olho numa das joias imobiliárias do mercado paulistano, o terreno da antiga mansão da família Matarazzo, no coração da Avenida Paulista.

O Estado de S.Paulo - 24/6/1988

O empreendimento não foi para frente. No começo dos anos 1990, a maré de sucesso virou para Trump. Seus altos investimentos em cassinos não deram frutos. Ao contrário, renderam dívidas milionárias e o antigo trilhardário se viu forçado a negociar com os bancos para não ir à falência. Donald Trump não quebrou. Quanto aos negócios no Brasil, o presidente eleito dos Estados Unidos ainda não ergueu uma Trump Tower. Tem planos, e um terreno no Rio de Janeiro reservado para aconstrução do megaempreendimento de cinco torres conhecido como Trump Towers Rio, que seria o maior conjunto de escritórios dos países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Em 2004, ele veio ao País para promover outro sucesso associado ao seu nome. Encontrou-se com o publicitário Roberto Justos que assumiu seu papel na versão brasileira do programa de TV, O Aprendiz. Em 2010, João Doria Jr. assumiu o comando do reality show, mas Trump não veio passar o bastão. Teria sido um reencontro.

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