Barão de Rio Branco

Diplomata e político

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Por Redação
Atualização:

José Maria da Silva Paranhos Júnior

20/4/1845, Rio de Janeiro (RJ) – 10/2/1912, Rio de Janeiro (RJ)

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Filho de José Maria da Silva Paranhos – o visconde do Rio Branco e principal autor da “lei do ventre livre” – estudou no Colégio Pedro II, na Faculdade de Direito de São Paulo e na Faculdade de Direito de Recife, onde concluiu o curso de direito em 1866. Assumiu a cadeira de Corografia e a História do Brasil no Imperial Colégio Dom Pedro II. Em 1869, tornou-se promotor público de Nova Friburgo. No mesmo ano, foi secretário de uma Missão Especial ao Rio da Prata. Entre 1869 e 1871 assumiu uma legislatura como deputado estadual pela província de Mato Grosso. Em 1870 e em 1871 participou das negociações de paz entre o Paraguai e os aliados. Foi reeleito deputado estadual pelo Mato Grosso para a legislatura de 1872 a 1875.

Dirigiu o jornal "A Nação" e, em maio de 1876, deixou a carreira de jornalista e assumiu a função de cônsul geral do Brasil em Liverpool. Em 1884, foi nomeado comissário especial para a Exposição Internacional de São Petersburgo. Entre 1891 e 1893, foi superintendente geral da Europa da emigração para o Brasil. No velho mundo, produziu obras de relevo, como o “Esboço da História do Brasil” e uma história militar do Brasil, além de uma biografia de Dom Pedro II. Também iniciou a publicação de efemérides brasileiras para o "Jornal do Brasil".

Em 1894, após a morte do barão Aguiar de Andrade, foi escolhido para ser representante plenipotenciário do Brasil em Washington, capital norte-americana, numa missão responsável por defender direitos territoriais do Brasil na fronteira com a Argentina. O presidente norte-americano Grover Cleveland estava encarregado de arbitrar o acordo entre Argentina e Brasil, e foi plenamente convencido pelos laudos e pela exposição de Paranhos, favorecendo a delegação brasileira.

Em 1898, o diplomata foi incumbido de encontrar uma solução para a questão do Amapá, cujas fronteiras eram disputadas pela França. O presidente do Conselho Federal da Suíça foi escolhido para arbitrar a questão, recebendo de Paranhos um conjunto de documentos em sete volumes, nos quais o delegado brasileiro defendia as pretensões nacionais ao território. Em dezembro de 1900, o resultado do árbitro foi favorável ao Brasil, decisão que foi considerada mérito pessoal de Rio Branco.

No dia 31 de dezembro de 1900, foi nomeado ministro plenipotenciário do Brasil em Berlim. Entre 1902 e 1912, assumiu a função de ministro das relações exteriores nos governos Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Em 1903 concluiu o Tratado de Petrópolis, com o qual definiu as fronteiras brasileiras no Acre. Baseando-se no princípio de “uti possidetis”, segundo o qual um país deveria ter direito ao território ocupado, solucionou diversas disputas territoriais nas regiões fronteiriças do Brasil com outros países latino-americanos. Assinou tratados com o Equador (1904), com a Colômbia (1907), com o Peru (1904; 1909), com o Uruguai (1909) e com a Argentina (1910). No entanto, obteve um acordo desfavorável a respeito das fronteiras com a Guiana Inglesa, arbitrado por Victor Emanuel, rei da Itália, a despeito dos competentes relatórios apresentados pelo plenipotenciário brasileiro encarregado desta missão, Joaquim Nabuco.

A orientação política do Barão do Rio Branco nas relações exteriores foi marcada por uma relativa aproximação com as repúblicas hispano-americanas e por um alinhamento cordial com os Estados Unidos. Seus esforços de negociações permitiram que o Brasil adquirisse o contorno atual de suas fronteiras, com pequenas alterações. O título de Barão do Rio Branco lhe foi concedido nos últimos anos do Império, e o diplomata assumiu este título com orgulho inclusive durante o período republicano.

Foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras, tendo sido eleito em outubro de 1898 para a cadeira número 34. Foi sócio da Sociedade Francesa dos Amigos das Artes, da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco, da Sociedade de Geografia de Paris e da Real Sociedade de Geografia de Londres.

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