Garcia Lorca

Poeta

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Por Redação
Atualização:

Frederico García Lorca

5/6/1898, Fuente Vaqueros (Espanha) – 19/8/1936, região de Granada (Espanha)

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O escritor passou a infância no campo e a adolescência em viagens pela região de Castela, locais onde adquiriu um profundo conhecimento do povo espanhol.  Enquanto era estudante de filosofia, direito e letras na Universidade de Granada, publica o primeiro livro, 'Impressões e Paisagens' (1918), fruto das incursões por regiões espanholas entre 1916 e 1917, quando desperta sua vocação literária. Além de escritor, tinha também grande afinidade pela música e pela pintura. Esse livro é dedicado a seu professor de música, Martín Domingues Berrueta.

Muda-se para Madri em 1920, ali permanecendo até 1928, onde se torna amigo dos artistas Luis Buñuel, Pedro Salinas e Salvador Dalí – a ele, amigo que se converte em paixão amorosa, dedica a “Ode a Salvador Dalí” (1926). Em Madri, sua peça "O malefício da borboleta" é encenada, sem sucesso. Nessa época, publica a primeira obra de poesia, "Livro de poemas" (1921), em que aborda a fé, a natureza e a infância, e o livro "Canciones" (1927), coletânea de versos escritos entre 1921 e 1924. Alcança a celebridade com a peça patriótica "Mariana Pineda" (1927), encenada inicialmente em Barcelona e em Madri, e o "Romanceiro cigano" (1928).

Depois de um breve retorno a Granada, onde edita os dois únicos números da revista Gallo, parte para Nova York, acompanhando o professor e amigo Fernando de los Ríos, onde viveu entre junho de 1929 e março de 1930. Nesta sua primeira viagem ao exterior, o contato com as grandes massas urbanas e com a diversidade racial e religiosa proporcionam ao escritor uma nova visão sobre o indivíduo e a arte, constituindo-se, segundo o próprio poeta, numa das experiências mais úteis de sua vida. Na cidade americana, dedica-se a escrever um de seus livros mais importantes, "Poeta em Nova York" (1940), publicado postumamente.

Antes de regressar à Espanha, permanece durante um mês em Cuba, realizando conferências na Instituição Hispano-Cubana de Cultura, explorando a música e o folclore do país, e trabalhando em seu drama homoerótico "O público", peça teatral surrealista que não chegou a ser encenada até a década de 1980. Com a proclamação da II República espanhola, em 1931, colabora com diversos projetos culturais de integração entre a cidade e o campo, e realiza uma série de conferências pelo país por meio do comitê de cooperação intelectual, fundado por Arturo de Soria y Espinosa.

Sua maior contribuição para o movimento de renovação cultural nesse período é a organização do teatro universitário La Barraca, companhia itinerante por meio da qual representa obras do teatro clássico espanhol em diversas regiões rurais da Espanha, aprofundando seu objetivo artístico-social de levar o teatro ao proletariado espanhol e aos camponeses. Na década de 1930, publica a trilogia dramática composta pelas obras "Bodas de Sangue" (1933), "Yerma" (1934) e "A casa de Bernarda Alba" (1936). Durante seis meses, viaja pela América do Sul, onde conhece Pablo Neruda, Ricardo Molinari e Juana de Ibarbourou, entre outros poetas, e dirige a peça "Bodas de Sangue" em Buenos Aires e em Montevidéu. Com esta peça, encenada mais de 150 vezes somente na capital argentina, García Lorca adquire independência financeira.

Os anos de 1934 a 1936 são dedicados à renovação do teatro espanhol e à criação poética. O ambiente madrilenho se torna, nessa época, intolerante e violento, prenunciando a iminente guerra civil. Nessa época, o poeta planejava viajar ao México, escrevia uma comédia política e trabalhava em uma nova obra, sobre sua infância em Granada. Um mês após a eclosão da Guerra Civil Espanhola, foi preso em Granada e fuzilado pelos franquistas numa madrugada de 1936. Sua violenta morte contribuiu para a repercussão internacional de suas obras, e García Lorca é hoje considerado um dos poetas mais influentes na literatura hispano-americana.

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