João Havelange

Atleta e dirigente esportivo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Jean-Marie Faustin Godefroid Havelange

8/5/1916, Rio de Janeiro (RJ) - 16/8/2016, Rio de Janeiro (RJ)

A carreira no mundo dos esportes começou cedo para João Havelange. Filho de um casal de belgas, se apaixonou pelo futebol ainda jovem, mas, devido as pressões do pai, comerciante de armas, que via o esporte como algo para classes mais baixas, dedicou-se à natação no Fluminense. Batia bola escondido nas quadras e cantos do clube.

Aos 20 anos formou-se em direito, mas continuou dedicando-se à carreira de atleta, chegando a bater recordes cariocas e brasileiros. Competiu na Olimpíada de 1936 em Berlim, mas sem obter destaque. Voltaria a competição apenas em 52, jogando polo aquático. Sua maior conquista foi o bronze no esporte no Pan-americano de 1955, na Cidade do México.

Sua carreira como “cartola” começou em 1937 como diretor de polo aquático do Botafogo. Virou presidente da Federação Paulista de Natação entre 1949 e 51 e da Federação Metropolitana de Natação entre 52 e 56. Foi nomeado vice-presidente da CBD no mesmo ano, junto com Sylvio Pacheco. Indicado por ele, Havelange concorreu ao cargo de presidente dois anos depois.

Venceu Carlito Rocha, dirigente do Botafogo, por 185 votos a 19. Em seguida nomeou o paulista Paulo Machado de Carvalho chefe da delegação brasileira que iria disputar a Copa do Mundo na Suécia. A ideia era acabar com a rixa São Paulo-Rio que havia há décadas.

A fórmula foi repetida em 1962, mas em 66 é o próprio Havelange assumiu como chefe da delegação. Já buscava o cargo de presidente da Fifa. Em 70, o governo militar que escolheu o cargo no México. Entretanto o tri brasileiro serviu para os interesses eleitorais do presidente da CBD, que passou a se apresentar como um dirigente vencedor.

Publicidade

PUBLICIDADE

Foram três anos de intensa campanha política para retirar Stanley Rous do cargo de chefia na entidade que controla o futebol mundial. Entre as principais promessas de campanha estavam o aumento de vagas na Copa do Mundo, que interessava especialmente as entidades africanas. Outro momento importante foi a aproximação com Horst Dassler, então presidente da Adidas e que tinha interesses econômicos no futebol.

Foi eleito presidente da Fifa em 1974, após vencer o primeiro turno das eleições por 62 a 56 (precisaria de dois terços dos votos para impedir uma nova votação) e o segundo por 68 a 52. Acabou transformando o futebol em um negócio multimilionário saindo de 11 milhões de dólares de arrecadação no mundial daquele ano para  230 milhões em 94. Viu crescer o interesse da televisões no esporte e consequentemente o valor dos patrocínios para a entidade.

Aumentou também a quantidade de torneios controlados pela entidade. Criou campeonatos mundiais em diversas categorias como sub-20 e sub-23, além de estimular o futebol feminino e o futsal. Aumentou também o número de participantes na Copa do Mundo, passando para 24 times em 82 e os atuais 32 em 98.

Foi um dos presidentes da Fifa que mais viajou visitando 185 países e estendendo sua influência que o mantiveram 24 anos no cargo. Ao sair ainda conseguiu eleger seu secretário-geral, Joseph Blatter para a cabeça da entidade.

Ao deixar a Fifa foi aclamado presidente de honra da organização. Foi por muito tempo considerado o principal cartola brasileiro, chegando a ter um torneio em sua homenagem (Copa João Havelange, que substituiu o Campeonato Brasileiro em 2000) e um estádio com seu nome (O Engenhão no Rio de Janeiro tem como nome oficial Estádio João Havelange).

Entretanto sua carreira tem diversas manchas. Foi acusado de recebimento de propina para o favorecimento da empresa ISL na compra dos direitos de transmissão e fraude nos contratos da Fifa. Em 2011 renunciou ao cargo que tinha no Comitê Olímpico Internacional para evitar que os resultados de uma investigação contra ele fosse revelada.

Páginas selecionadas pelo Editor

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.