Leonid Brejnev

Líder soviético

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Por Redação
Atualização:

Leonid Ilyich Brezhnev

19/12/1906, Kamenskoje (Ucrânia) - 10/11/1982, Moscou (Rússia)

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Nascido na Ucrânia durante o período em que a região pertencia à Rússia czarista, foi batizado na Igreja Ortodoxa e viveu o turbulento período da Guerra Civil que levou os bolcheviques ao poder. Recebeu educação técnica e se formou pelo Instituto Metalúrgico de Dneprodzerzhinsk, tendo ingressado no Komsomol (organização da juventude do Partido Comunista Soviético) em 1923 e no Partido Comunista em 1931. Nessa época, conheceu Nikita Khrushchev, com quem cultivou uma boa amizade. Em meados da década de 1930, cumpriu o serviço militar obrigatório e aprendeu a lidar com tanques de guerra. Mais tarde, tornou-se diretor do Colégio Técnico Metalúrgico de Dneprodzerzhinsk e, em 1939, tornou-se diretor do Partido Comunista nessa cidade. Assim como muitos jovens de sua época, tornou-se um stalinista convicto.

Em junho de 1940, quando a Alemanha nazista invadiu a União Soviética, foi convocado para lutar pela defesa do país. Atuou em diversas frentes de batalha e ascendeu na carreira militar, tendo atingido a patente de Major general (1946). Findada a guerra, trabalhou em projetos de reconstrução da Ucrânia e tornou-se novamente Primeiro Secretário do Partido em Dneprodzerzhinsk. Em 1950, tornou-se deputado do Soviet Supremo, a mais importante instância legislativa da URSS. Em 1951, foi Primeiro Secretário do Partido na Moldávia e, no ano seguinte, passou a integrar o Comitê Central do Partido Comunista. Em 1953, foi nomeado chefe do Diretório Político do Exército e da Marinha. Em meados da década de 1950 foi convocado a Moscou e designado membro do Politburo, tendo auxiliado Nikita Khrushchev em seu combate a uma ala oposicionista do partido, o Grupo Anti-Partido. Durante a era Khrushchev, apoiou as denúncias contra os crimes do estalinismo e o processo de liberalização política e cultural da URSS.

Em 1959, foi designado segundo secretário do Comitê Central e, em maio de 1960, foi promovido ao cargo de presidente do Soviet Supremo. Em 1963, tornou-se primeiro secretário do Comitê Central e, em outubro de 1964, ajudou a depor o premiê Khrushchev, assumindo a liderança do país. Sua política foi mais conservadora, tendendo à reversão da liberalização do governo anterior: reforçou o papel da polícia política, prendeu dissidentes e abortou violentamente uma tentativa de reforma política na Checoslováquia (a Primavera de Praga, 1968). Em 1966, assumiu o título de Secretário Geral. Conduziu a política de distensão em relação aos EUA e os países ocidentais, definindo esferas de influência e encerrando alguns conflitos da guerra fria. Assinou com o ocidente acordos como o SALT I (Tratado Estratégico de Limitação de Armas, 1972), os acordos de paz de Paris (responsáveis por encerrar a presença dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã, 1973) e o Ato Final de Helsinque (1975). Rompeu com o regime chinês no final da década de 1960. Em 1979, planejou intervenções militares no Afeganistão, dando início à Guerra Afegã Soviética (1979-1989).

  

O governo Brezhnev também foi marcado por um considerável crescimento econômico até 1973, quando a URSS entrou em uma fase de estagnação econômica da qual só iria se recuperar em seus últimos anos (a chamada “estagnação Brezhnev”). O líder soviético investiu massivamente em armas e tecnologia espacial, mas os sistemas públicos de saúde e educação deterioraram-se. Também foi obrigado a importar grãos devido à baixa produção no campo. O governo promoveu o culto à personalidade do Secretário Geral. Em 1976, Brezhnev foi homenageado como Herói da União Soviética, prêmio que recebeu mais três vezes. Em 1978, foi condecorado com a Ordem da Vitória, a mais importante condecoração militar soviética. Entre 1981 e 1982, a saúde de Brezhnev se deteriorou, e o país foi governado na prática por políticos como Yuri Andropov, o seu eventual sucessor no posto de Secretário Geral.

Sofreu um derrame em março de 1982 e morreu no mesmo ano em razão de um ataque cardíaco, tendo sido enterrado na necrópole do Kremlin. Governou a URSS mais tempo do que qualquer outro líder, à exceção de Stálin.

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