PUBLICIDADE

Paulo Machado de Carvalho

Empresário da comunicação

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Paulo Machado de Carvalho

9/11/ 1901, São Paulo (SP) -  7/3/1992, São Paulo (SP)

Filho de próspera família de classe média e morador de um casarão da rua das Palmeiras, na capital paulista, logo rebelou-se contra o sonho clássico dos pais daquela época em ter um filho bacharel em Direito. Se formou advogado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas nunca exerceu de fato a profissão.

PUBLICIDADE

Em 1931, aos 30 anos de idade, comprou uma pequena rádio, por 25 contos de réis. Em poucos meses  já administrava uma rádio modelo, com audiência e prestígio, graças a uma programação moderna e popular. Aproveitou bem os tempos de turbulência do movimento constitucionalista de 1932, abrindo os microfones a manifestações e protestos dos revoltosos contra o governo de Getúlio Vargas, assim se arriscando, ao desafiar o poder maior do país, a perder a concessão da rádio, chamada pela população de "A voz de São Paulo".

Nesse período deu espaço a grande nomes do rádio como César Ladeira e Nicolau Tuma. Criou noticiários jornalísticos e programas de  futebol. Também trouxe para São Paulo grandes nomes da música popular da época, como Carmen Miranda e Orlando Silva. No esporte foi vice-presidente do São Paulo da Floresta. Em 1934, após a falência do time torna-se dirigente do então recém criado São Paulo Futebol Clube, onde viria a ser presidente, entre 1946 e 1947, e vice-presidente, entre 1955 e 1956. No ano seguinte, assumiu o departamento de futebol, cargo que já tinha ocupado entre 1942 e 1947.

Em 44 adquiriu a Rádio Panamericana, que em 1965 passaria a ser Jovem Pan. Em 1953 inaugurou a TV Record, emissora que entrou no ar com o que tinha de mais moderno à época, sendo  todos os equipamentos importados dos Estados Unidos. Ao lado de João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), foi dirigente do futebol brasileiro, tendo sido chefe das delegações campeãs de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Na ocasião da primeira conquista, foi convidado por Havelange e preparou o plano para a Copa desde meados de 1957.

O esquema que contou com a colaboração de jornalistas experiência no futebol  posteriormente foi transformado no livro “O Plano Paulo Machado de Carvalho”. Nos últimos preparativos, já na Suécia, era vítima constante das brincadeiras de Mané Garrincha.

Publicidade

Quando o Brasil teve de jogar a final com seu segundo uniforme, azul, Carvalho, para tranqüilizar os jogadores, teria dito que o uniforme lhes daria sorte, pois era da cor do manto de Nossa Senhora Aparecida. Pelé, no entanto, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2008, não se lembrar deste fato. Voltando ao Brasil para desfilar em carro aberto com os jogadores, não se cansou de mostrar a taça ao povo.

Em razão das boas campanhas futebolísticas e da brilhante carreira empresarial, recebeu uma homenagem do prefeito Prestes Maia. Desta forma O Estádio do Pacaembu passou a se chamar, a partir de 1961, Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho. Em 1970 foi eleito para seu último cargo esportivo, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol.

Graças a sua habilidade empresarial formou  um grupo de empresas que incluía TV Record além das emissoras de rádio Excelsior, São Paulo e Panamericana.  Algumas foram vendidas posteriormente, como a Rádio Excelsior, que atualmente pertence às Organizações Globo, utilizando a denominação Central Brasileira de Notícias (CBN). Em 1989 sua família comercializou  a TV e Rádio Record.

Atualmente, apenas as rádios Jovem Pan AM e FM pertencem à família Machado de Carvalho e são dirigidas por seu filho Antônio Augusto Amaral de Carvalho, conhecido como Tuta.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Páginas selecionadas pelo Editor

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.