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Pina Bausch

Dançarina e coreógrafa

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Por Redação
Atualização:

Philippine Bausch

27/7/1940, Solingen (Alemanha) – 30/6/2009, Wuppertal (Alemanha)

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O entusiasmo pela dança surgiu ainda na infância, quando participou das primeiras apresentações lúdicas de balé infantil nas cidades alemãs de Wuppertal e Essen. Aos 15 anos, iniciou naquela cidade os estudos na escola Folkwang, a mais importante escola moderna de seu país, do diretor e coreógrafo Kurt Jooss. Ali entrou em contato não só com a dança, mas também com o teatro e a música, o que se refletirá nos seus trabalhos posteriores, caracterizados pela fusão desses variados elementos artísticos. Ali conviveu com a herança artística de Rudolf Laban, Mary Wigman e Sigurd Leeder, mestres do expressionismo. Após formar-se em Dança e Pedagogia da Dança em Folkwang, recebe um prêmio de distinção e uma bolsa de estudos da instituição, e parte para uma temporada em Nova York, onde permanece entre 1959 e 1962 estudando na Juilliard School e dançando na Metropolitan Opera House e no New American Ballet.

Retorna à Alemanha, a convite de Kurt Jooss, para integrar o recém-fundado balé da Folkwang, e se apresenta como solista em Amsterdã, Londres, Hamburgo e no Festival de Salzburgo. Começa a dedicar-se à criação de coreografias e, em 1968, coreografa sua primeira peça, No Sopro do Tempo, pela qual recebe o primeiro prêmio num concurso de coreografia em Colônia. De 1970 a 1972, deixa de ser assistente de Jooss para se tornar a responsável pela escola e cria duas coreografias sobre os horrores da guerra e uma sátira ao academicismo.

Em 1973, aos 33 anos, torna-se coreógrafa e diretora do Tanztheater Wuppertal, posteriormente renomeado para Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Nessa época, rompe com as fronteiras entre dança e teatro, e suas apresentações vanguardistas chocam grande parte do público. Resgata a expressividade do coreógrafo Jean-Jacques Noverre, que no século 18 consolidara o denominado 'balé de ação', e começa a imprimir sua própria marca, associando elementos teatrais à dança moderna. Em 1974, o espetáculo "Ifigênia em Táuris", do compositor Christoph Gluck, coreografado por ela, recebe críticas positivas e é aclamado como um dos maiores acontecimentos da temporada de dança da época. Dois anos depois, realiza uma montagem de Brecht e Weill em que rompe com as formas tradicionais da arte e mistura música clássica, popular e jazz entre enredos fragmentários, iniciando uma linguagem corporal incomum para os padrões de sua época. Nessa época realiza alguns de seus mais importantes trabalhos: "A Sagração da Primavera" (1975) e "Café Müller" (1978).

A companhia Wuppertal inicia uma série de turnês no exterior, e os países pelas quais passou a partir da década de 1980 tornam-se referências na composição dos espetáculos posteriores. Durante uma temporada na Itália, em 1989, cria a montagem "Palermo", co-produzida com o Teatro Biondo, da cidade siciliana. Depois de apresentar-se diversas vezes no Brasil, o país é inspiração para a montagem "Água" (2001). Ao longo dos anos, recebe diversos prêmios em reconhecimento aos seus trabalhos, dentre eles a Cruz do Mérito do governo alemão, o Prêmio Europeu de Teatro, o Prêmio Kyoto do Japão, o Prêmio Goethe, e o Leão de Ouro na Bienal de Veneza, pelo conjunto da obra.

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A arte de Pina Bausch também aparece no cinema. Além de ser tema de diversos documentários, surge também como intérprete: no filme "E La Nave Va", de Frederico Fellini, em 1983, no papel de uma condessa austríaca cega, e quase vinte anos depois, em "Fale com Ela" (2002), de Pedro Almodóvar. Também dirigiu o filme "O Lamento da Imperatriz" (1988), e em 2008 iniciou uma colaboração com o diretor Win Wenders para a produção de uma biografia cinematográfica. O filme estreou no Festival de Berlim, em 2011. Pina Bausch faleceu em 2009, aos 68 anos, cinco dias depois de diagnosticado um câncer.

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