Quintino Bocaiuva

Jornalista e político

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Por Redação
Atualização:

Quintino Antônio Ferreira de Souza

4/12/1936, Rio de Janeiro (RJ) - 11/7/1912, Rio de Janeiro (RJ)

Bocaiúva é o nome indígena de uma palmeira tipicamente brasileira. Uma das figuras mais importantes do início da República no País, natural do Rio de Janeiro, Quintino abandonou a cidade logo aos 14 anos. Perdeu os pais muito cedo, em 1849, com apenas 13 anos de idade, e veio para São Paulo, onde desejava continuar seus estudos e conseguir cursar direito.

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Para conseguir se sustentar na capital paulista acabou entrando para o jornalismo, profissão que o destacaria no cenário nacional e que o acompanharia pela vida inteira. Iniciou como tipografo e revisor na redação do “Acaiaba”. Passou a escrever poesias e artigos. Também redigiu o pequeno jornal “A Honra” ao lado de Ferreira Vianna. Nesse período começou a adquirir as ideias republicanas e nacionalistas que o fizeram abandonar o nome e adotar Bocaiúva.

Em 1950 matricula-se no curso de humanidades anexo à Academia de Direito. Mesmo já tendo algum destaque dentro de seus empregos, as dificuldades financeiras falaram mais alto. Em 1954, Quintino abandonou os estudos e em 1956 voltou ao Rio de Janeiro onde abraçou definitivamente a carreira jornalística. Escreveu para o “Diário do Rio de Janeiro” ao lado de Saldanha  Marinho e no “Correio Mercantil” junto com Francisco Otaviano de Almeira Rosa.

Em serviço jornalístico viajou no para Uruguai e Argentina, onde cobriu a "Questão Platina" e ampliou suas ideias. Dedicou-se algum tempo a produção dramática com peças como “Omphalia” e “Família” e chegou a receber de D.Pedro II o título de comendador da Ordem da Rosa, recusado, devido a seus ideais republicanos. Em 1970 fundou o Partido Republicano e publica o chamado “Manifesto Republicano” no novo veículo do partido o jornal “A República”, onde atacava o sistema vigente no Brasil.

“A República” não teve sucesso e foi extinto em 1874. Quintino não desiste de suas causa e ajudou a fundar o jornal “O Globo”, onde trabalha pró-república até a extinção do periódico em 1883. Novamente Bocaiúva não abandona o jornalismo e funda no ano seguinte o “O País”. Continuou atacando a monarquia e ansiava pela proclamação da República. Passou os 15 anos seguintes trabalhando ativamente pelos seus ideais. Em 1889 foi eleito chefe da propaganda do Partido Republicano.

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Seu principal mérito no movimento que levou o Brasil à troca de regime foi aproximar a questão militar da questão civil, participando inclusive da reunião decisiva no dia 11 de novembro junto de Benjamin Constant e Deodoro da Fonseca. Foi o único civil retratado por Henrique Bernadelli cavalgando ao lado dos militares no quadro que saúda o advento da República no Brasil.

Após a proclamação Bocaiúva participou do Governo Provisório assumindo a pasta de Relações Exteriores, cargo essencial já que o País necessitava de reconhecimento. Cuidou pessoalmente da assinatura do tratado de Montevidéu que definiu as fronteiras entre Brasil e Argentina (tratado que acabou invalidado porque o congresso nacional não o ratificou). Permaneceu no cargo até 1891 com a assinatura da Constituição.

Voltou ao jornalismo à frente do jornal “O País”. Ficou conhecido como o "Príncipe" dos jornalistas brasileiros. Não abandonou a política permanecendo na liderança do Partido Republicano. É eleito senador em 1899 e no ano seguinte se torna governador do Estado do Rio de Janeiro. Volta ao Senado entre 1909 e 1912, quando falece. Em seu testamento diz que não desejava nenhum tipo de cerimônia pois  pertencia à maçonaria e “não tinha direito aos sufrágios da Igreja”.

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