Rubem Fonseca

Escritor e roteirista

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Por Redação
Atualização:

José Rubem Fonseca

11/5/1925, Juiz de Fora (MG)

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Um dos escritores contemporâneos mais lidos no país, Rubem Fonseca foi policial antes de se dedicar integralmente à literatura. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, iniciou a carreira na polícia no final de 1952, como comissário no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Exerceu a atividade policial atuando especialmente como relações públicas na instituição, até ser exonerado em 1958. Entre 1953 e 1954, teve a oportunidade de, em conjunto com outros policiais do Rio, residir por alguns meses nos Estados Unidos, onde estudou Comunicação e Administração na New York University. Ao retornar ao Brasil, dedicou-se também a lecionar na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

A estreia literária ocorreu com a publicação da coletânea de contos "Os Prisioneiros" (1963), seguida por "A Coleira de Cão" (1965), pelo qual recebeu seu primeiro Prêmio Jabuti, e "Lúcia McCartney" (1967). Especialmente nos anos 1960 e 1970, o conto foi utilizado com maestria pelos escritores para retratar a realidade urbana, convulsiva e bastante fragmentada daquele momento. A linguagem dinâmica e veloz, que acompanhava o ritmo frenético da vida em si, foi usada para retratar os dramas cotidianos vivenciados pelos habitantes das grandes metrópoles. Rubem Fonseca é um dos grandes expoentes desse gênero literário. O escritor desenvolve sua narrativa com extrema fluidez, adequando as formas de expressão e a linguagem aos tipos selecionados para fazer parte de seus contos.

Embora tenha nascido em Minas Gerais, vive desde os oito anos de idade no Rio de Janeiro. Não por acaso, este é o espaço que elege como cenário de sua narrativa ácida e bem humorada, ainda que carregada de extrema violência – componente utilizado como mecanismo desencadeador de todas as relações humanas, sejam elas humorísticas, eróticas, reflexivas ou trágicas. Durante a década de 1970, publicou "O Caso Morel" (1973), "O Cobrador" (1979) e "Feliz Ano Novo" (1975). Este último, nos quais se inserem os contos “Passeio Noturno” e “Feliz Ano Novo”, entre outros, foi censurado durante o período da ditadura militar. O conto que dá nome ao livro faz uma alusão a dois extremos de vida que propiciam um choque e, portanto, a violência, apresentando-a como componente subversivo em resposta ao sem-número de leis que, inflexíveis, tornariam impossíveis as relações humanas.

A partir dos anos 1980, passou a se dedicar também a escrever romances. "A Grande Arte" (1983), também vencedor do Prêmio Jabuti, e "Bufo & Spallanzani" (1986) foram posteriormente adaptadas para o cinema, recebendo diversos prêmios em festivais. O romance "Agosto" (1990), que mistura história e ficção ao retratar o momento histórico que precedeu a morte de Getúlio Vargas, foi transformado em minissérie de televisão. É de sua autoria também "O Selvagem da Ópera" (1994), no qual retrata o compositor Carlos Gomes, e a novela "O Doente Molière" (2000). Permaneceu publicando contos ao longos dos anos 1990 e 2000, dentre eles "O Buraco na Parede" (1995), "Secreções, Excreções e Desatinos" (2001) e "Pequenas Criaturas" (2002) – todos vencedores do Prêmio Jabuti.

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Além de escritor, é também roteirista de cinema, e na década de 1960 escreveu críticas cinematográficas para a revista Veja. Recebeu diversos prêmios em festivais por seus roteiros, e um de seus personagens mais famosos, o advogado Mandrake, tornou-se protagonista de uma série produzida pela rede HBO. Em 2003, recebeu o Prêmio Camões, considerado a mais importante premiação aos escritores de língua portuguesa. Suas obras foram traduzidas para o inglês, espanhol, francês, italiano e alemão, entre outros idiomas, tendo sido adaptadas para o cinema, o teatro e a televisão, tornando-o um dos escritores mais conhecidos do Brasil.

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