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Telê Santana

Jogador e técnico de futebol

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Por Redação
Atualização:

Telê Santana Silva

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26/7/1931, Itabirito (MG) - 21/4/2006, Belo Horizonte (MG)

Telê Santana foi um dos mais importantes treinadores da história do futebol brasileiro. Técnico da Seleção Brasileira por duas vezes, conquistou a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes pelo São Paulo, sendo considerado o maior treinador do time em todos os tempos, além de grande ídolo do clube e da torcida, que o apelidou de “Mestre Telê”. Ganhou, entretanto, outra alcunha famosa, a de “pé-frio”, pelas derrotas consecutivas no comando da Seleção, pelas disputas mundiais de 1982 e 1986. Telê Santana da Silva nasceu no município mineiro de Itabirito em 26 de julho de 1931. A carreira futebolística começou como jogador, no Itabirense Esporte Clube. Depois, jogou no América de São João del Rei, outro time mineiro, cujo técnico e presidente era o próprio pai. Dali saiu para jogar no Fluminense, tornando-se uma figura emblemática no time pela dedicação que lhe ofereceu, e que lhe valeu o apelido de “Fio de Esperança” (uma brincadeira com seu porte físico franzino). Como jogador, foi campeão carioca em 1951 e 1959, conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1957 e 1960 e a Copa Rio (Internacional) de 1952. Ficou no Fluminense até 1962, antes passando a jogar no Madureira, no Guarani e no Vasco, onde encerrou a carreira de jogador, em 1965. Ele não chegou, no entanto, a fazer parte da Seleção Brasileira. Foi também no Fluminense que Telê Santana iniciou os trabalhos como técnico, dando início na categoria de juvenis (atual juniores) do clube, que levou ao título de Campeão Carioca de 1969, e formando a base do time campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970. Foi ainda, pelo Atlético Mineiro, Campeão Mineiro em 1970 e 1988, Brasileiro em 1971 e, pelo Grêmio, venceu o Campeonato Gaúcho em 1977 (sob o comando de Telê, o time de Porto Alegre recuperou a hegemonia do torneio após oito anos de domínio do Internacional). Passou pelo Palmeiras e, com bom desempenho orientando o time sem estrelas, foi contratado para ser técnico da Seleção Brasileira. O futebol da Seleção na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, foi amplamente elogiado, tendo sido considerado o melhor da época. Na escalação estavam jogadores como Zico, Sócrates e Falcão. Entretanto, o Brasil foi eliminado do torneio, vencido pela Itália. Com a derrota, Telê aceitou o convite para trabalhar no futebol árabe, como técnico do Al Ahli. Voltou a dirigir a Seleção em 1986, na Copa sediada no México, e foi então que adquiriu fama de pé-frio: os brasileiros, até o momento invictos, foram derrotados em uma disputa de pênaltis com a Seleção da França. Voltou a dirigir o Palmeiras no final de 1989, mas deixou o clube depois do fracasso no Paulistão de 1990. Naquele ano Telê assumiria o time que o consagrou como Mestre, substituindo o técnico Pablo Forlán e conquistando um recorde de títulos: Campeão Paulista em 1991/92, Campeão Brasileiro em 1991, Campeão da Taça Libertadores da América em 1992/93, Campeão Mundial Interclubes em 1992/93, Campeão da Supercopa de 1993, da Recopa Sulamericana de 1992/93 e da Copa Conmebol de 1994, entre outros. A dedicação de Telê ao São Paulo era tanta que, durante o período como treinador, optou por morar no próprio centro de treinamento do clube.  

Em janeiro de 1996, uma isquemia cerebral o obrigou a abandonar o futebol, já que a saúde debilitada lhe rendeu, entre outros, problemas na fala e na locomoção. Ainda assim acreditava que poderia voltar a trabalhar, chegando até mesmo a fechar contrato como técnico do Palmeiras em 1997. Mas não assumiu o cargo. Em 2003, Telê foi submetido a uma cirurgia para amputar parte da perna esquerda. Faleceu em 21 de abril de 2006 em Belo Horizonte depois de ficar internado por cerca de três meses em razão de uma infecção intestinal. Telê Santana defendia um futebol diferenciado, regado a muita disciplina e técnica, exigindo dentro e fora dos campos uma postura profissional por parte dos jogadores. O futebol, para o “Mestre”, deveria ter defesa e ataque caminhando juntos, ajudando-se mutuamente, e era preciso, acima de tudo, “não perder a bola de vista”. Ele acreditava, também, que cooperação tática era mais importante que preparo físico para ilustrar o “futebol moderno” a que tanto queria se encaixar. Rigoroso com as próprias escolhas, era categórico ao dizer que não aceitava reclamações sobre o elenco que escalava. Era perfeccionista (passava horas no campo procurando buracos e ervas daninhas) e não tinha superstição para vencer. Mas venceu dez títulos importantes em um só time.

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