Virginia Woolf

Escritora

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Por Redação
Atualização:

Adeline Virginia Woolf

25/1/1882, Londres (Inglaterra) – 28/3/1941, Lewes (Inglaterra)

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Filha de Leslie Stephen, um erudito editor inglês e de Júlia Ducworth, Virginia Woolf passou a infância e a adolescência num bairro de classe média londrino, sendo educada em casa por tutores privados e lendo uma vasta relação de clássicos da literatura na biblioteca de seu pai, enquanto seus dois irmão mais velhos estudavam em Cambridge – situação que caracteriza a posição ocupada pela mulher numa típica sociedade patriarcal da era vitoriana, a qual a escritora, feminista, combaterá posteriormente.

Já nesse período sofre uma série de colapsos mentais, sempre agravados em episódios trágicos como as mortes dos pais, dos irmãos ou ainda por ocasião de seu casamento ou a publicação de um romance. Em decorrência de seus transtornos mentais, foi consultada por mais de uma dezena de médicos e experimentou diversos diagnósticos e novos tratamentos ao longo de sua vida, incorporando uma série de jargões da medicina e de experiências pessoais com a doença em seu aclamado romance "Mrs. Dalloway" (1925).

No início do século 20, inicia a carreira literária escrevendo artigos e resenhas para a Times Literary Supplement, The Guardian e The National Review. Nessa época, começa a participar de círculos literários e artísticos, dos quais participam amigos de seu irmão Thoby Stephen, estudantes de Cambridge, tais como o escritor e crítico literário Lytton Strachey, Leonard Woolf, o futuro marido de Virginia Woolf, o economista John Maynard Keynes, e Clive Bell. O grupo ficou conhecido como “Bloomsbury” e representou a vanguarda artística do período, mostrando-se contrário às tradições literárias e sociais que marcaram a Era Vitoriana, e influenciado não só a literatura e a estética do momento, o Modernismo, mas também um novo e controverso pensamento acerca de temas como o feminismo e a sexualidade.

Em 1915, publica o primeiro livro, "A Viagem". Dois anos depois, funda com o marido a Hogarth Press, editora responsável pelo lançamento de novos autores que traziam uma poética experimental e abordavam novos ideais políticos, filosóficos e científicos para a época, tais como T. S. Eliot, E. M. Forster, Katherine Mansfield e Roger Fry, entre outros, além dos próprios livros de Virginia Woolf, dando-lhe uma liberdade criativa não experimentada por nenhuma outra mulher escritora do período. Durante a década de 1920, publica três importantes obras tendo como tema central a Primeira Guerra Mundial, a novela experimental "O Quarto de Jacó" (1922), cujo personagem apresentado no título é uma representação de seu irmão Thoby, morto aos 26 anos em 1906, além do já citado "Mrs. Dolloway" (1925) e de "Rumo ao Farol" (1927).

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Os relacionamentos da escritora com outras mulheres também influenciaram de maneira decisiva sua produção literária. Uma de suas obras mais conhecidas, "Orlando" (1928), é uma narrativa histórica que se inicia no século 16 e perpassa os séculos seguintes até chegar ao início do século 20, cujo andrógeno protagonista é inspirado na escritora Vita Sakville-West, por quem Virginia Woolf se apaixonara. Nessa época, publica também "Um teto todo seu" (1929), ensaio feminista baseado numa série de palestras proferidas por ela no Newnham College e no Girton College, duas faculdades para mulheres em Cambridge.

Durante a década de 1930, publica ainda "As Ondas" (1931), "O Leitor Comum" (1932), segundo volume da coletânea de ensaios escritos para diversos jornais de crítica literária, além de novos artigos, "Flush" (1933), e "Os Anos" (1937), entre outros. Em 1941, em decorrência de um novo colapso mental, suicida-se, atirando-se ao Rio Ouse. Foram lançados postumamente "Entre os Atos" (1941) e "Seus Diários" (1953), entre outras obras. Influenciada por Marcel Proust e James Joyce, a escritora  apresenta uma vasta obra caracterizada pelo fluxo de consciência e pela análise psicológica de seus personagens, técnicas que a consagraram como um dos escritores mais inovadores de sua geração.

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