Canudos

Movimento messiânico no sertão baiano debelado pelo governo

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Por Redação
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Canudos, Bahia (6/11/1896 – 5/10/1897

)

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Movimento que surgiu na primeira metade da década de 1890, com a pregação de

Antônio Conselheiro

, um líder beato local que passou a ser seguido pelas populações do sertão baiano como uma espécie de messias. O beato começo a pregar por volta de 1870, tendo sido proibido de fazê-lo em 1882 por ordem da Igreja Católica. Após a proclamação da República de 1889, passou a criticar a República devido ao estabelecimento do casamento civil e à separação entre Igreja e Estado.

Participou de uma rebelião contra a cobrança de impostos em 1893, e fixou-se no arraial de Canudos (no vale do rio Vaza-Barris), ao lado de milhares de sertanejos aos quais prometia a salvação espiritual. Fundou-se uma comunidade autônoma onde se produziam os próprios meios de subsistência. Os produtos básicos era divididos e a condição de miséria das populações marginalizadas era amenizada.

O movimento é normalmente associado às péssimas condições de vida que existiam na região nordeste desde o final do Império. A área era dominada por grandes latifúndios de baixa produtividade, por uma oligarquia política arcaica e contendo uma grande massa de excluídos e miseráveis. Somando-se a isso a frequência de secas e a baixa produtividade das terras locais, o resultado era que muitos sertanejos juntavam-se em bandos paralegais ou criminosos (como o cangaço) visando garantir sua sobrevivência, fenômeno que passou a ser chamado de “banditismo social” pelos historiadores. Em 1896, Canudos contava com uma população estimada entre 10 mil e 25 mil habitantes, e continuava crescendo. Tal inchaço demográfico e a atração que a comunidade causava começaram a incomodar as oligarquias, o clero e a imprensa locais, que difundiram rumores de que Canudos seria um movimento monarquista e uma ameaça à República. Os sertanejos de Canudos eram qualificados como “fanáticos”. 

Nas páginas abaixo, a cobertura original e completa do conflito.

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