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Colonialismo

História das colônias, do colonialismo e das colonizações

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Por Redação
Atualização:

Se durante os séculos XVI a XVIII os interesses comerciais europeus haviam levado países como Portugal, Espanha, França e Inglaterra a explorar economicamente o continente americano, já no século XIX a busca por novos mercados consumidores e por matérias-primas de baixo custo em decorrência da Revolução Industrial leva as nações europeias a voltarem-se para as regiões da África e da Ásia. É, portanto, durante o século XIX e início do século XX, que assistimos à dominação política e econômica de países considerados economicamente subdesenvolvidos pelas grandes potências da Europa. A França foi a pioneira na dominação do continente africano, com a conquista de regiões que correspondem à Argélia, Tunísia, Somália e Madagáscar. A Inglaterra, no entanto, consagrada como grande potência marítima desde a queda de Napoleão, rapidamente assumiu a liderança da colonização, ocupando Nigéria, Serra Leoa, Quênia e África do Sul, entre outros territórios.

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Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e Bélgica também empreenderam áreas de dominação no continente. Chegaram a  estabelecer regras de partilha para ocupação de novos territórios na costa ocidental africana a partir de meados da década de 1880, por meio da resolução firmada entre os países europeus durante a Conferência de Berlim – episódio responsável por uma série de instabilidades na região e também entre as potências europeias.Na Ásia, a Inglaterra adota uma política empenhada na conquista da Índia, que passa a ficar sob seu domínio após a Guerra dos Cipaios (1857-1858). Seguindo a política expansionista inglesa são adquiridos também a Birmânia, Cingapura, Hong Kong e outros territórios. Como garantiam o domínio sobre a Índia, os ingleses não se opuseram à penetração francesa na Ásia, particularmente no território da Indochina. Embora o Leste Asiático tenha se mantido independente, a China (com a Primeira Guerra do Ópio, de 1839-1842) e o Japão (com a ameaça naval do Comodoro Perry, em 1854) foram obrigados a abrir seus portos aos europeus dando-lhes diversas vantagens comerciais. Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, a China se via imersa numa crise política. Vários territórios asiáticos e africanos sofriam influência inglesa e francesa, e a Coreia havia sido anexada pelo Japão em 1910 – país que a partir dos anos 1930 aumenta consideravelmente seu poder sobre o continente. Após a Segunda Guerra Mundial, os movimentos nacionalistas e independentistas que vinham se firmando desde o período entre-guerras ganharam força, tanto na África quanto na Ásia. A luta contra o colonialismo britânico na Índia de Gandhi, com o movimento de resistência passiva não violenta, termina com a independência, em 1947, mas seguida de violentos conflitos étnicos, principalmente em virtude de diferenças religiosas entre hinduístas e muçulmanos. Na Ásia, a ocupação japonesa favorecera a manifestação do nacionalismo e as ideias revolucionárias de Marx e Engels ganham  força. Na China, embora comunistas e nacionalistas tivessem lutado juntos contra o Japão ao longo da Segunda Guerra, ao término desta permanecem em conflito até 1949, quando é proclamada a república chinesa e o país é reorganizado nos moldes comunistas.A Coreia, mesmo depois da retirada das forças soviéticas e norte-americanas em 1949, permanece dividida entre duas repúblicas independentes e de orientações ideológicas opostas. A França voltou a ocupar a Indochina ao término da guerra, dando início ao conflito armado de 1946 com busca pela independência, no qual o país europeu foi auxiliado pelos Estados Unidos, sob a alegação de combater o comunismo. Após a derrota francesa, Laos, Camboja e Vietnã são reconhecidos como países – este último separado entre o Norte comunista e o Sul de direita, tornando-se palco, anos depois, da conhecida Guerra do Vietnã.O processo que levou à partilha colonial de regiões africanas e asiáticas, criando países fictícios, culminou em longas batalhas por independência. Gerou também, como consequência, movimentos separatistas, conflitos étnicos e religiosos, e guerras civis, com reflexos que perduram até os dias de hoje.

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