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Caso Watergate levou à renúncia de presidente americano em 1974

Escândalo, que envolveu gravações, é referência quando chefes do Executivo são acusados de abuso de poder e corrupção

Por Liz Batista
Atualização:
O president americano Richard Nixon, que renunciou ao cargo frente à possibilidade de um impeachment, em 09/8/1974. Foto: Mike Lien/The New York Times

O caso Watergate, que levou à renúncia do presidente americano, Richard Nixon, em 1974, foi utilizado pelo decano Celso de Mello na argumentação que fundamentou sua decisão de levantar o sigilo do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, peça que embasa o inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por tentativa de interferência na Polícia Federal. O escândalo, que trouxe a público a existência de gravações de áudio onde Nixon, entre outros delitos, tentava intervir em uma investigação federal em curso, se tornou uma referência histórica de combate à corrupção e abuso de poder, onde a Suprema Corte, Legislativa e a imprensa tiveram papel decisivo. 

Manchete do Estadão de 01/5/1973 Clique aqui par ver a página Foto: Acervo/Estadão
O Estado de S.Paulo - 25/7/1974 Clique aqui para ver a página Foto: Acervo/Estadão

O caso. As investigações sobre a invasão do Comitê Nacional Democrata, localizado no complexo de edifícios Watergate em Washington, durante a  corrida eleitoral pela Presidência em 1972, deram início ao caso que se tornaria uma referência histórica no combate à corrupção e abuso de poder. Dois repórteres do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, conduziram a série de reportagens que apontaram o envolvimento da administração do republicano Richard Nixon (reeleito presidente em 1972 ) na tentativa de arrombamento do QG do partido democrata para instalação de aparelhos de escutas.

"A transcrição das conversas de Nixon continua a ser um best-seller" diz legenda da foto da manchete doEstadão de 11/5/1974. Foto: Acervo/Estadão
Sistema de gravação é exibido durante o inquéritodo caso Watergate no Senado americano,22/5/1973. Foto: Mike Lien/The New York Times

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A dupla contou com a colaboração crucial de uma fonte anônima conhecida como “Garganta Profunda”- anos depois identificada como Mark Felt, ex-segundo em comando do FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos). Os fatos revelados pelos jornalistas foram fundamentais para abertura de um inquérito no Senado em 07 de  fevereiro de 1973. 

Apesar das insistentes negativas de envolvimento no caso, em abril de 1973, com o avanço da investigação, três dos principais assessores do presidente Ricahrd Nixon renunciam. Em maio, o Comitê do Senado que investiga o caso Watergate dá início às audiências transmitidas pela televisão.

O Estado de S.Paulo-07/5/1974 Clique aqui para ver a página Foto: Acervo/Estadão

 

O Estado de S.Paulo - 16/5/1974 Clique aqui para ver a página Foto: Acervo/Estadão

Em março do ano seguinte, sete assessores e o secretário de Justiça, John Mitchell, são indiciados por obstrução de Justiça. Em maio de 1974, a Congresso inicia movimentação para instauração de processo de impeachment contra Nixon. Em 24 de julho a Suprema Corte ordena a entrega das gravações de conversas no gabinete presidencial. As fitas, embora parcialmente apagadas, provam que Nixon planejou intervir nas investigações do FBI. 

O Estado de S.Paulo - 09/8/1974 Clique aqui para ver a página Foto: Acervo/Estadão

Em 8 de agosto de 1974, Richard Nixon anuncia que renunciará à presidência dos Estados Unidos. Em pronunciamento em cadeia nacional de TV , diz que espera que sua renúncia apresse “o início do processo de cura de que os Estados Unidos necessitam tão desesperadamente". O vice, Gerald Ford, assumiu a presidência. 

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Leia o pronunciamento aqui

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