PUBLICIDADE

Cerveja foi a causa do primeiro doping em Olimpíada

Equipe sueca de pentatlo perdeu a medalha; lista de substâncias proibidas existe desde 1967

Por Carlos Eduardo Entini
Atualização:

Uma cervejinha para relaxar resultou no primeiro caso de doping detectado em Jogos Olímpicos. O sueco Hans Gunnar Liljenwall, atleta da equipe de pentatlo, foi pego no exame. Segundo o laudo, noticiado no Estado em 25 de outubro de 1968, o atleta apresentou “concentração alcoólica excessiva no sangue durante a prova de tiro”. Liljenwall e a equipe sueca vencedora do bronze devolveram a medalha. Os dirigentes tentaram anular a decisão, mas o técnico da equipe confessou que “seus atletas tinham tomado cerveja antes da prova de tiro”.

 

PUBLICIDADE

Hoje, as cervejas tomadas pelos suecos antes de uma prova que requer o máximo de concentração parece ingenuidade, e não indicava uma medida para aumentar o desempenho dos atletas. Mas o álcool já era uma das substâncias presentes na lista criada em 1967 quando o Comitê Olímpico Internacional - COI - montou uma comissão médica para combater a dopagem. Em 2004, o controle e elaboração da lista passou à Agencia Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês). Atualmente, as substâncias banidas no esporte giram em torno de 240. As olimpíadas de 1968, de inverno em Grenoble na França e de verão no México, foram as primeiras a ter uma fiscalização contra o doping.

O uso de substâncias para aumentar o desempenho já havia feito vítimas em jogos olímpicos. Em 1960, em Roma, o ciclista dinamarquês Knut Jensen morreu durante a prova de 100 km. Outros dois atletas da mesma equipe desmaiaram. No primeiro momento foi levantada a suspeita de que a causa teria sido insolação. o calor em Roma naquele dia chegou a 33°. Mas a autópsia comprovou o uso de anfetaminas. O técnico dinamarquês assumiu o uso da substância. Em sua defesa disse que não a usou para dopar, mas para estimular os atletas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.