Não foram as intensas e famosas batidas de Satisfaction (1965), Gimme Shelter (1969) ou Paint it Black (1966) que os brasileiros ouviram sair da bateria de Charlie Watts na sua primeira apresentação no País. Em 1992, o baterista dos Rolling Stones veio ao Brasil para os shows do seu outro grupo, a banda de Jazz Charlie Watts Quintet. O grupo realizava uma turnê pela América do Sul para divulgar o álbum From One Charlie (1991), em homenagem ao seu xará, ídolo e lenda do Jazz, o saxofonista Charlie Parker. A agenda contou com apresentações no Rio Janeiro, São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte.
Conhecido por ser reservado, Watts concedeu uma rápida entrevista ao Estadão de 04 de maio de 1992. O texto, que começa descrevendo o tom lacônico e irônico do músico - traços que se tornaram sua marca em entrevistas - falava da sua aversão em empregar recursos tecnológicos no seu som; "acho suficiente tocar bateria como ela é" declarou, para em seguida dizer saber-se, por isso, "fora de moda".
Sobre qual seria sua maior paixão maior, contou não ter preferência entre o Jazz e o Rock: "me divirto com as duas coisas". Ao final das perguntas, ele falou da vontade dos Rolling Stones de realizarem uma turnê pela América do Sul com passagem pelo Brasil, algo que a banda discutia desde 1975.
Os Stones fizeram seu primeiro show no País em 27 de janeiro de 1995 no festival Hollywood Rock no Estádio do Pacaembu, a apresentação entrou para história dos grandes shows de rock no Brasil. A banda realizava a turnê do álbum Voodoo Lounge (1994) e também fez se apresentou no Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro.
Assim como Mick Jagger e Keith Richards, que já haviam visitado o Brasil em períodos de descanso na década de 60, Charlie Watts já esteve em férias no País, em 1976, quando passou uns dias no Rio de Janeiro com a mulher Shirley, a filha Seraphina e o cunhado Stephan.
