Como era São Paulo sem o Mercado da Lapa
Casas e terrenos que existiam no local foram desapropriados pela prefeitura para a realização da obra
11 de outubro de 2013 | 11h 01.jpg)
Mercado na década de 1970. Foto: Oswaldo Jurno/Estadão
Até o final do século 19 o bairro da a Lapa não era ainda considerado parte da cidade de São Paulo. Era apenas uma região afastada, com sítios e chácaras, e povoada por imigrantes europeus que vieram ao Brasil para construir a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Somente em 1925 é que a Lapa passou a constar oficialmente nos mapas da cidade, ganhando o status de zona urbana.
São Paulo foi crescendo e a expansão comercial do bairro também. O Mercado da Lapa foi construído na década de 1950. Segundo o Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, foi um dos primeiros mercados municipais de bairro com edifício projetado especialmente para a função. Casas e terrenos que existiam no local foram desapropriados para a realização da obra, que foi considerada de utilidade pública pela prefeitura.
As obras começaram em dezembro de 1951. "O novo mercado da Lapa custará à Prefeitura perto de 10 milhões de cruzeiros, sendo gastos na construção 8 mil sacos de cimento e 160 toneladas de ferro. As maiores dificuldades encontradas pela Municipalidade na execução dessa obra de grande interesse público partiram dos proprietários dos terrenos e casas situados nas imediações e que tiveram de ser desapropriados", escreveu o Estado em fevereiro de 1953 (abaixo).
Inauguração. O prédio foi inaugurado em 24 de agosto de 1954, uma data histórica para a política brasileira. Nesse dia, o presidente Getúlio Vargas se matou no Palácio do Catete, no Rio, capital da República na época. No final da década de 1970, foi considerado o maior mercado varejista da América do Sul.
Poucos dias depois de completar 55 anos de existência, o mercado foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp), no dia 16 de Setembro de 2009.
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