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Desorganização prejudicou bossa nova no Carnegie Hall

Há 50 anos músicos brasileiros apresentavam o estilo na mais prestigiada casa de show do mundo

Por Carlos Eduardo Entini
Atualização:

Há 50 anos a bossa nova conquistava o mundo na turnê feita nos Estados Unidos. Se fosse só pelo show histórico no Carnegie Hall de Nova York, em 21 de movembro de 1962, a turnê poderia ter sido um fiasco. Vários problemas técnicos e de produção prejudicaram o espetáculo dos músico brasileiros. Segundo reportagem do Estado, em 23 de novembro, pouco se ouviu do violão de João Gilberto, "o estilo extraordinariamente íntimo de João Gilberto (...) se perdeu totalmente".

 

Dois dias depois mais detalhes sobre os problemas técnicos no teatro de Nova York, "excesso de microfones, falhas de iluminação colocação errada de alto-falantes" e uma constatação "João Gilberto não é cantor para o Carnegie Hall, mas para um auditório menor"

 

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Dito e feito. Em 4 de dezembro, a apresentação no Greenwich Village, "um ambiente mais íntimo" também em Nova York, a bossa nova pôde ser ouvida e compreendida pelo público americano. João Gilberto "apresentado como o 'pai da bossa nova', cantou diversas canções, entre as quais a mais popular, 'Desafinado', com voz baixa, acompanhado pelo ritmo lento de uma bateria. Com seu estilo pessoal e animado, o cantor alcançou maior êxito no Village." Nos dias seguintes, também em auditórios menores, os músico brasileiros seguiram espalhando o novo ritmo sem problemas. Foi assim no Lisner Auditorium da universidade de George Washington.

Na volta ao Brasil, em 8 de dezembro,  Roberto Menescal e Mauricio Marconi, portando diversos recortes de revistas e jornais elogiando a turnê, negaram o fracasso das apresentações. Para eles o que houve foi uma desorganização da parte responsável pela organização. Juliette Grecco, cantora francesa, foi mais longe, afirmou ao Estado, em 18 de dezembro, "que soube que havia interesse em sabotar o espetáculo".

Apoio cultural. Para conquistar o público e o mercado de música americano, os músicos brasileiros contaram com o apoio cultural e financeiro do Itamarati, que cedeu as passagens e estadia em Nova York para os músicos brasileiros.

 

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