Explosão é 3º maior acidente em plataformas da Petrobrás

Maior deles ocorreu em 1984 na Bacia de Campos, 36 pessoas morreram e 23 ficaram feridas

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Por Carlos Eduardo Entini
Atualização:

A explosão do navio-plataforma em Vitória (ES) é o terceiro maior acidente desse tipo em plataformas da Petrobrás. O maior ocorreu em 16 de agosto 1984 no poço 33 do campo de Enchova, na Bacia de Campos (RJ), quando morreram 36 pessoas e 23 ficaram feridas. O acidente começou quando houve um vazamento de gás de um poço que estava sendo perfurado. O vazamento provocou incêndios com chamas atingindo até 20 metros de altura e a queda da torre de perfuração. 

O Estado de S.Paulo - 17/8/1984

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As mortes foram ocasionadas pelo rompimento dos cabos de sustentação da baleeira onde estavam 57 pessoas que tentavam escapar do acidente.Os cabos não suportaram o peso e o barco despencou de uma altura de 18 metros.No momento do acidente havia 220 pessoas na plataforma.O incêndio durou 16 horas e se extinguiu com o esgotamento do gás do poço. 

Acidente da P-36. Em 15 de março de 2001, três explosões na plataforma P-36, localizada no Campo do Roncador, também na Bacia de Campos, a 125 quilômetros da costa do Rio, causaram 11 mortes e resultaram no afundamento da então maior plataforma semissubmersível do mundo.As explosões ocorreram em uma das colunas de sustentação da P-36, onde estavam 175 pessoas.Durante cinco dias o Brasil acompanhou lento afundamento da plataforma, que foi submersa completamente em 20 de agosto. 

O Estado de S.Paulo - 16/3/2001

Dias antes da explosão, responsáveis pelo corpo técnico da plataforma emitiram boletins informando pressão anormal no sistema de eliminação de gases do equipamento e a necessidade de parar a produção para a troca de peças. 

O relatório com as conclusões sobre o acidente da P-36, elaborado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pela Marinha, saiu em julho de 2001 e inocentou a Petrobrás, mas relatou "uma sucessão de falhas de operação, de projeto e manutenção".Para David Zylberstajn, então diretor-geral da ANP, "a lei de Murphy funcionou perfeitamente nesse caso, e tudo o que poderia dar errado deu.Não vamos punir a Petrobrás ou quem quer que seja por desleixo". 

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O relatório concluiu que a "principal causa da explosão na P-36 foi a falha de uma válvula que permitiu que a água e o petróleo entrassem em um tanque desativado"."Quando a pressão no tanque se tornou muito alta, o equipamento se rompeu espalhando gás por toda a coluna da plataforma.Com a coluna tomada pelo gás, ocorreu a segunda explosão provavelmente no momento em que a brigada de emergência entrou na sala para verificar o que ocorria", relatou o Estado na edição de 28 de julho de 2001. 

O Estado de S.Paulo -21/3/2001

Como o acidente no navio-plataforma, a afundamento da P-36 também ocorreu em um momento em que a Petrobrás estava sob holofotes. Uma das críticas à atuação da petroleira no governo Fernando Henrique Cardoso era a produção de equipamentos, inclusive de plataformas, no exterior. A P-36, fabricada e montada no Canadá, estava há menos de um ano em atividade, e foi uma das seis plataformas encomendadas pela Petrobrás em meados dos anos 1990. O acidente na P-36 foi usado na campanha presidencial de Lula no ano seguinte. O então candidato do PT reafirmou a necessidade de que a produção de equipamentos para a Petrobrás deveria ser feita no Brasil, o que reativaria a indústria naval nacional. Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram | # Assine 

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