A edição de 08 de janeiro de 1921 do Estadão trouxe em sua capa uma feliz notícia para área da Saúde e da Ciência. Entre os telegramas com notícias estrangeiras, uma nota de Paris informava sobre os mais recentes avanços no desenvolvimento de uma vacina contra tuberculose. Nela, o cientista responsável por sua pesquisa, o médico biologista, imunologista e subdiretor do Instituto Pasteur, dr. Albert Calmette, contava como havia sido bem sucedida sua experiência de imunizar vacas. Os resultados positivos nesse estágio da pesquisa indicava a proximidade e as elevadas chances da sua utilização da vacina em humanos, e finalmente a possibilidade de vencer a doença.
Nesse tom esperançoso o médico concluia suas declarações: “Estamos apenas no começo, porém, as possibilidades que se nos apresentam são imensas. Precisamos apenas trabalhar muito, seguindo um caminho aberto, que nos conduzirá talvez a uma esplêndida realização”, contava a nota no jornal.>Estadão - 08/01/1921
Naquele mesmo ano a vacina BCG, que leva o nome dos criadores da fórmula, Albert Calmette e do veterinário Camille Guérin (que descobriu o bacilo causador da doença), foi usada com sucesso em humanos. A BCG é mundialmente utilizada e ao longo dos anos se mostrou eficiente na prevenção a hanseníase. Hoje cientista estudam sua viabilidade para auxiliar no combate à pandemia de covid -19.>Estadão - 08/01/1921
Descrita na literatura médica desde a Antiguidade, a tuberculose é até hoje uma das doenças infecciosas que mais mata no mundo, com uma taxa de cerca de 1, 6 milhão de mortes ao ano. No século 19 e início do século 20 a doença era chamada de “mal do século” dada sua alta incidência e crescente transmissão nos grandes centros urbanos.
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