O ditador Alfredo Stroessner chega ao Brasil, após ser deposto no Paraguai
Em duas semana o Supremo Tribunal Federal irá sediar um encontro internacional que discutirá os crimes de Estados cometidos na América Latina. A reunião da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em Brasília, aqueceu o debate sobre a política brasileira em relação aos agentes de repressão que buscam exílio e asilo político no País.
Tanto na ditadura militar como na democracia, o Brasil deu salvo conduto e asilo político a figuras controversas como o almirante Américo Thomaz, que chegou ao País em 1974. Presidente de Portugal por mais de duas décadas, Thomaz esteve à frente de uma das mais longas ditaduras fascistas da Europa.
Em 1986, o Brasil abrigou durante meses o coronel haitiano Albert Pierre. Em 24 de fevereiro daquele ano, o coronel acusado de mais de 500 mortes e torturas, desembarcou em Fernando de Noronha (PE) trazido diretamente da embaixada brasileira no Haiti. Pierre chefiou os Tonton Macoute, a temida polícia secreta haitiana, durante os anos da ditadura de Jean-Claude Duvalier (1971 - 1986), conhecido como Baby Doc.
O SFT não concedeu a extradição do haitiano, mas ele não teve seu pedido de asilo concedido e teve que deixar o País.
Mas, foi foi justamente na democracia que o País abrigou um dos tiranos mais controvertidos da história recente da América Latina. Após 35 anos no governo, Alfredo Stroessner, o ex-ditador do Paraguai responsável por torturas, execuções, desaparecimentos e outras violações dos direitos humanos, conseguiu asilo brasileiro em 1989. Morou em Brasília até sua morte, em 2006.