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País deu asilo político a ex-líderes de ditaduras

Deposto, após 34 anos no poder, o paraguaio Alfredo Strossner recebeu asilo do Brasil em 1989

Por Liz Batista
Atualização:
 

O ditador Alfredo Stroessner chega ao Brasil, após ser deposto no Paraguai

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Em duas semana o Supremo Tribunal Federal irá sediar um encontro internacional que discutirá os crimes de Estados cometidos na América Latina. A reunião da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em Brasília, aqueceu o debate sobre a política brasileira em relação aos agentes de repressão que buscam exílio e asilo político no País.

Tanto na ditadura militar como na democracia, o Brasil deu salvo conduto e asilo político a figuras controversas como o almirante Américo Thomaz, que chegou ao País em 1974. Presidente de Portugal por mais de duas décadas, Thomaz esteve à frente de uma das mais longas ditaduras fascistas da Europa.

 

Em 1986, o Brasil abrigou durante meses o coronel haitiano Albert Pierre. Em 24 de fevereiro daquele ano, o coronel acusado de mais de 500 mortes e torturas, desembarcou em Fernando de Noronha (PE) trazido diretamente da embaixada brasileira no Haiti. Pierre chefiou os Tonton Macoute, a temida polícia secreta haitiana, durante os anos da ditadura de Jean-Claude Duvalier (1971 - 1986), conhecido como Baby Doc.

O SFT não concedeu a extradição do haitiano, mas ele não teve seu pedido de asilo concedido e teve que deixar o País.

 

Mas, foi foi justamente na democracia que o País abrigou um dos tiranos mais controvertidos da história recente da América Latina. Após 35 anos no governo, Alfredo Stroessner, o ex-ditador do Paraguai responsável por torturas, execuções, desaparecimentos e outras violações dos direitos humanos, conseguiu asilo brasileiro em 1989. Morou em Brasília até sua morte, em 2006. 

 
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