Prédios de São Paulo: C.B.I. Esplanada
O primeiro arranha-céu do Vale do Anhangabaú é um marco da cidade com seus 33 andares
25 de setembro de 2014 | 10h 33No Estado de 26 de setembro de 1948, o Edifício C.B.I. Esplanada foi anunciado como o “febricitante centro de negócios”. Com 105 metros de altura, o edifício de escritórios e o primeiro arranha-céu do vale do Anhangabaú, foi um marco da verticalização de São Paulo. Sua publicidade, organizada em perguntas e respostas, explicava que a sigla C.B.I. Significava Companhia Brasileira de Investimentos e que se tratava de uma “poderosa sociedade brasileira” que visava “servir ao Brasil engrandecendo suas capitais e promovendo o seu progresso técnico e artístico”.

O efervescente empreendimento, prosseguia o anúncio, estava batendo todos os “records no Brasil” diante da velocidade em que avançava a obra. Entre seus diferenciais estavam a “grandiosa Galeria Esplanada , com lindas lojas que servirão, não só as 25.000 pessoas que transitarão pelo edifício, por dia, como a toda população paulista”, os “elevadores mais modernos do mundo” e um espaço reservado para o Automóvel Clube de São Paulo. A Bolsa de Imóveis do Estado de São Paulo, incorporadora do imóvel, também se instalou no C.B.I.. No mesmo ano outras dois anúncios foram veiculados, mais um setembro e outro em novembro.
Localizado no Vale do Anhangabaú, na esquina da praça Ramos de Azevedo com a Rua Formosa, o edifício, projetado pelo arquiteto polonês Lucjan Korngold, foi erguido em 1946 e inaugurado em 1951. Inicialmente concebido para ser sustentado com aço, a obra precisou ser repensada. A Companhia Siderúrgica Nacional não podia prover o material especificado e os custos da sua importação encareceriam muito a obra. Concreto armado foi usado em seu lugar. Com 33 andares, o C.B.I. Esplanada é um dos maiores edifícios de concreto armado da América Latina. A influência da arquitetura americana mostrava-se presente na elevada verticalidade do prédio, que erguido sob colunas parecia projetar ainda mais para o alto a obra.
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