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Prédios de São Paulo: Santa Julieta

No lançamento, em 1951, edifício foi anunciado como um 'negócio da China'

Por Cley Scholz
Atualização:

Quem passa pela Alameda Barão de Limeira mal se dá conta dos detalhes dos edifícios enfileirados um ao lado do outro nos dois lados da rua que começa na Avenida São João e segue em direção à Barra Funda. Mas na época em que o anúncio abaixo foi publicado, o bairro era bem mais sossegado e valorizado para quem desejava um local tranquilo para morar.

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O lançamento do Edifício Santa Julieta, no número 937, foi anunciado no dia 25 de novembro de 1951 como uma excelente oportunidade de negócio: "Melhor, nem na China!". O texto dá mais detalhes do cenário da Alameda na época:"Realmente, morar no tradicional e aristocrático bairro dos Campos Elíseos, o mais central e sossegado da cidade, num apartamento moldado em linhas sóbrias de arquitetura e revestido de um incomparável conforto, é sem dúvida alguma o maior desejo de todos. Em cada andar, dois apartamentos, servidos por dois elevadores de alta classe. Um verdadeiro convite e uma rara oportunidade.”   >> Acompanhe a série 'Prédios de São Paulo' Campos Elísios foi o primeiro bairro planejado de São Paulo. Devido à proximidade com a estação ferroviária Sorocabana, atual Júlio Prestes, a região foi loteada em 1878 para abrigar mansões dos barões do café. A mudança seguinte foi a substituição dos casarões por edifícios nos anos de 1980 e 1990. E como o Brás, o Bom Retiro e Santa Cecília, o bairro de Campos Elísios também  passou a concentrar uma nova corrente migratória que tem São Paulo como destino. Iniciada nos anos 1970, com o incentivo dos intercâmbios entre Brasil e África, a comunidade africana  na região segue crescendo com imigrantes vindos de Angola, Namíbia, Nigéria e Tanzânia. Veja mais sobre o que foi publicado no Estado sobre o bairro nas 'Páginas Selecionadas'. >> Veja o prédio hoje O bairro foi perdendo seu perfil exclusivamente residencial. Hoje, o Edifício Santa Julieta tem seu andar térreo ocupado por uma locadora de veículos e as imediações estão repletas de revendas de carros usados. A degradação do centro da cidade atingiu o bairro. E mostra seus reflexos na conservação dos espaços públicos, na sujeira das ruas e no problema da segurança. Atualmente, os moradores temem que as ações de revitalização da região da Luz empurre cada vez mais os moradores de rua e os viciados da Cracolândia  para o bairro, algo corriqueiro após as operações policiais na área.

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