A represa Billings, que num passado não tão distante era um local de pesca e lazer mas que hoje é sinônimo de água contaminada, voltou à pauta como alternativa contra o desabastecimento. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin declarou na sexta-feira (20) que conta com as obras que captarão água da Billings e levarão ao Sistema Tietê para amenizar os efeitos da crise hídrica. A utilização da água da Billings, que tem uma capacidade superior a todo o Sistema Cantareira, traz de novo ao centro do debate a degradação que o manancial vem sofrendo ao longo dos anos, efeitos da poluição das águas, ocupações irregulares das margens e assoreamento do corpo da represa. Antes da contaminação da represa, a pesca era atividade frequente no local. Tabarana, piaba, bagre amarelo, cará eram alguns dos peixes que enchiam as redes dos pescadores.
Pescadores na represa Billings, 4 de janeiro de 1972 - Zerrener/Estadão
Caixa d'água de São Paulo. Um enorme reservatório de acumulação da própria bacia, a Billings tem os mananciais da vertente continental da Serra do Mar, região com um dos maiores índices pluviométricos do País, como formadores originais de águas límpidas. Foi na década de 1920 que seu potencial hídrico começou ser visto como a solução para a produção de energia elétrica. Na época, o rápido crescimento metropolitano e a aceleração da industrialização de São Paulo aumentavam a demanda por energia elétrica. Em 1927, a Light deu início às obras da Usina Hidrelétrica de Cubatão e começou a levantaruma barragem no Rio Grande. Com a expansão da obra vieram a retificação do Rio Pinheiros e o represamento que levou o nome do engenheiro americano responsável, Asa White Kenney Billings. Obra pioneira, a Hidrelétrica de Cubatão, uma das primeiras usinas reversíveis construídas no mundo, utiliza a água do Sistema Billings para produzir energia. Para funcionar o Sistema Billings bombeava água do rio Pinheiros para a represa Billings. Até 1992, quando o bombeamento foi proibido, a água poluída e contaminadas do Rio Pinheiros, via reversão, contaminava as águas da represa. O Estado de S.Paulo- 28/7/1974