Volta ao mundo de lambreta

Italianos percorreram 160.000 km atravessando todos os continentes na década de 1950

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Por Rose Saconi
Atualização:

Uma lambreta parada na porta da redação do Estadão em 1958 atraiu a atenção de funcionários e curiosos que passavam em frente ao prédio na rua Major Quedinho, no Centro. Castigada pelas estradas e cheia de marcas dos lugares por onde passou, não era uma motoneta qualquer. Era um modelo 150D fabricado na Itália especialmente montada para a viagem ao redor do mundo realizada por dois jovens: o químico Glauco Ferrante (1.º à esquerda na foto) e o economista Cesare Battaglini (3.º à esquerda).

Os aventureiros partiram de Bolonha, na Itália, em 15 de novembro de 1955. Quando chegaram a São Paulo, em junho de 1958, já estavam praticamente no final da viagem. Tinham percorrido 125 mil quilômetros, atravessando os continentes europeu, asiático e africano. Depois da visita ao jornal, a dupla fez palestra sobre a aventura no Circulo Italiano. Seguiram para o Rio de Janeiro e depois partiram para os Estados Unidos. O percurso de 160 mil quilômetros foi concluído no ano seguinte no Canadá.

Febre. Era uma época de auge da lambreta no País. Além do sucesso como meio de transporte entre os jovens, também atraía público para as corridas de motonetas no autódromo de Interlagos e ao redor do Maracanã, no Rio. As "provas para moças" eram uma das atrações.

A Lambretta foi uma das primeiras fábricas de veículos no Brasil. Foi aberta em 1955, no bairro paulistano da Lapa. Em pouco tempo o veículo virou moda e tornou-se popular por causa do bom preço e da economia do combustível. Como mostra o anúncio abaixo, o modelo 150 atingia velocidade máxima de 80/km por hora e fazia 55 quilômetros por litro.

Tag: Motociclismo, Lambretta

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