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Benjamin Constant

Político positivista

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Por Redação
Atualização:

Benjamin Constant Botelho de Magalhães

18/10/1833, Niterói (RJ) - 22/01/1891, Rio de Janeiro (RJ)

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Comumente referido como o artífice da Primeira República Brasileira, realizou os primeiros estudos no município de Magé, onde foi alfabetizado pelo vigário da freguesia. Mudou-se para o Rio de Janeiro em agosto de 1850, onde teve aulas com monges beneditinos, tendo mais tarde se tornado professor auxiliar do curso. Alistou-se no Exército Nacional em 1852, tendo assentado praça no dia primeiro de abril. Em 1854, tornou-se professor de matemática elementar na Escola Militar. Tornou-se alferes-aluno em 1855 e alferes do estado maior em 1856. No dia 27 de março de 1858, matriculou-se na Escola de Aplicação do Exército e concluiu o curso militar no dia 22 de janeiro de 1859. Formou-se em engenharia pela Real Academia Militar, instituição criada em 1811 aos moldes das universidades portuguesas. Aprofundou seus estudos e adquiriu o doutorado em ciências matemáticas e físicas.

Nessa época, aproximou-se das ideias positivistas, em voga na Europa. A ideologia apregoava, entre outras coisas, a existência de três estágios civilizacionais que se sucederiam por pressão do progresso científico. Segundo o positivismo de Comte, um estágio civilizacional “positivo” (representado por um governo racional, forte e tutelar) deveria superar a turbulenta "etapa metafísica" da civilização. Logo, Botelho Magalhães passou a divulgar a ideologia positivista aos jovens oficiais. Também era adepto do abolicionismo e do republicanismo, ideais que ajudou a promover. Foi aluno do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro e diretor fundador da Escola Normal Superior. Foi ainda professor de mecânica na Escola Normal e lecionou na Escola Politécnica e no Instituto Comercial.

Em 1860, foi promovido a Capitão de Engenheiros, tendo atuado na Guerra do Paraguai junto do primeiro Corpo do Exército. Após ser tomado por uma febre intensa, foi forçado a abandonar o campo de batalha em 1868. Foi condecorado pelo governo pelo reconhecimento de sua bravura em combate. Entre 1869 e novembro de 1889, foi diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Em 1875, foi promovido a major. Em 1888, foi promovido a tenente-coronel e, no mesmo ano, atingiu a patente de coronel. Foi um dos fundadores do Clube Militar em 1887, justamente numa época em que os militares passavam a reivindicar direitos para sua categoria por conta da chamada “Questão Militar”. Com efeito, havia uma crescente insatisfação entre os oficiais militares em relação ao governo devido a um conjunto de punições que consideravam injustas. Os oficiais também reivindicavam o direito, que lhes era vedado, de se expressar publicamente pela imprensa.

O Império brasileiro passava por momentos de crise na década de 1880. Os choques com os militares, o fortalecimento dos republicanos e perda de sustentação política após a abolição da escravidão (1888) fez com que se tornasse cada vez mais difícil para o governo garantir a sua permanência. Benjamin Constant, republicano convicto, proferiu um discurso a favor da República no dia 23 de outubro de 1889, por ocasião da visita de oficiais chilenos à Escola Militar. Mais tarde, passou a articular uma conspiração antimonárquica ao lado de líderes militares, entre eles o Marechal Deodoro da Fonseca. Em 1889, após a proclamação, foi convidado a ser presidente, mas recusou. Contentou-se em assumir a pasta da Guerra, tendo reformado o código militar brasileiro. Depois, tornou-se ministro da Instrução Pública, Correios e Telégrafos. Nessa função, buscou implementar importantes reformas pedagógicas, mas não conseguiu concluí-las.

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Mais tarde, por motivos pessoais e de saúde, abandonou a política e não compareceu às cerimônias republicanas nas quais viria a ser homenageado. Faleceu em janeiro de 1891. Era filho de Leopoldo Magalhães, português naturalizado brasileiro, e Bernardina de Magalhães, natural do Rio Grande do Sul. Foi casado com Maria da Costa Botelho de Magalhães, filha do professor e segundo diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, Cláudio Luiz da Costa. O casal teve sete filhos. A casa em que Benjamin Constant viveu, em Santa Teresa, no Rio, foi transformada em museu em 1982.

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