PUBLICIDADE

Caruso

Cantor de ópera

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Enrico Caruso

PUBLICIDADE

25/02/1873, Nápoles (Itália) - 2/08/1921, Nápoles (Itália)

Teve uma  infância difícil onde trabalhava como mecânico durante o dia e estudava canto à noite. Recebeu as primeiras aulas de canto com o maestro Vicenzo Lombardini, onde paralelamente passou a cantar serenatas para ganhar algum dinheiro e ajudar no sustento de seus 6 irmãos.  Começou a carreira em 1894, aos 21 anos de idade. Em 1895 estreou em Nápoles, cantando na ópera "L'amico Francesco", de Morelli.

Entre 1900 e 1902, fez duas temporadas no famoso teatro La Scala, em Milão. Na metade da década de 1910, já era conhecido internacionalmente. Com a ajuda do banqueiro italiano Pasquale Simonelli, em 1903, foi a Nova York pela primeira vez. Em Novembro, estreou no Metropolitan, onde se apresentaria nas próximas 18 temporadas, somando um total de 607 apresentações, em 37 papéis diferentes, muitas vezes sob direção do legendário maestro Arturo Toscanini.

Durante este mesmo período fez seu primeiro contrato de gravação, em 1902, firmado em Londres, com a Gramophone and Typewriter Company, onde gravou 10 árias de óperas. Apenas "Vesti La Giubba", ária principal da ópera Pagliacci de Leoncavallo, vendeu mais de 1 milhão de cópias, um feito jamais ocorrido até então  na história do canto lírico. Fato que lhe rendeu enorme popularidade.

De 1903 a 1920, apresentou-se no Metropolitan em todas as noites de abertura de temporadas, exceto em 1906, quando teve que cancelar sua apresentação por problemas particulares.  Entre 1901 e 1911,  gravou seis versões diferentes da ária "Celeste Aída" da ópera Aida de Giuseppi Verdi

Neste mesmo período deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company, antecessora da RCA-Victor. Foi ainda percussor em utilizar discos em grande escala. Atuou, entre outras óperas, na estréia de Fedora e La Fanciulla del West, do compositor italiano Giacomo Puccini, I Pagliacci, de Leoncavallo e como Radamés, em Aida. Os compositorlírico Giacomo Puccini e popular, Paolo Tosti, foram seus amigos e compuseram obras especialmente para ele.

Publicidade

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914 as grandes casas de Ópera européias fecharam suas portas. Caruso, no entanto não deixou os palcos e realizou uma longa temporada na América do Sul. Em 1917 apresentou-se no Municipal do Rio de Janeiro. Lá encantou o público interpretando Canio, da ópera Pagliacci de Ruggero Leoncavallo. Durante sua rápida passagem pela cidade de São Paulo, o tenor foi entrevistado pelo jornal o Estado de São Paulo. Além de 1917, Caruso também esteve no Brasil em 1903.

Na ocasião da entrevista, poucos dias antes de embarcar para Buenos Aires, afirmou que ainda criança tinha o enorme desejo de ser marinheiro. Para ele  talvez as constantes visitas ao caís, lugar onde o pai trabalhava, o tenham influenciado. Por outro lado também relatou que por influência paterna chegou a cursar uma escola diurna, a fim de seguir carreira no comércio, mas não se adaptou às regras impostas aos alunos.

A indústria fonográfica e o cantor tiveram uma estreita relação, que ajudou a promover comercialmente ambos nas duas primeiras décadas do século 20. Todo o seu trabalho foi recuperado e remasterizado. Um  repertório que  incluí  cerca de sessenta óperas, a maioria delas em italiano, embora também existam versões em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal. Cantou perto de 500 canções, que variaram das tradicionais italianas até as mais populares. Em 1918, Enrico Caruso atuou em dois filmes mudos. Neste mesmo ano, casou-se com Dorothy Park Benjamin, com quem teve uma filha, Gloria. Em 1920, na noite de Natal, interpretou seu último papel, Eléazar, na ópera "La Juive", de Halévy.  Morreu aos  48 anos, vitima de uma doença pulmonar.

Páginas selecionadas pelo Editor

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.