Chico Buarque

Cantor e compositor

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Francisco Buarque de Holanda

PUBLICIDADE

19/6/1944, Rio de Janeiro (RJ)

Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda tem como grande destaque em sua carreira as composições artísticas. Além de vasta obra musical, teve diversos livros publicados e peças montadas. Na política participou ativamente da luta contra a ditadura no Brasil. Seu primeiro interesse pela música foi aos cinco anos de idade, quando começou a recortar dos jornais e colar em um álbum retratos dos principais artistas do rádio na época.

Ainda na infância, mudou para a Itália devido ao trabalho do pai. Lá além de aprender outras línguas, tem contato com diversos artistas que frequentam a casa da família como Vinícius de Moraes. Compõe pequenas operetas em 1956, quando a família já esta de volta ao Brasil.

Se envolve brevemente com uma seita ultraconservadora católica, mas seus pais, preocupados com as influências que o jovem estava recebendo, o enviam para um internato. Quando volta acaba preso devido a um furto de carro com um colega e acaba impedido de circular sozinho até os 18 anos de idade. No mesmo período publica suas primeiras crônicas em um jornal do colégio.

Sua primeira composição é de 1961, "Canção dos Olhos". Seguindo um desejo da família acabou entrando em arquitetura na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), mas não ficou muito tempo no curso, percebendo que seu caminho estava na arte. Em 1965 participou do I Festival de Música Popular Brasileira com a música “Sonho de Carnaval”. Na competição conhece Elis Regina que acabou sendo a vencedora. No mesmo ano lançaria seu primeiro compacto “Pedro Pedreiro e Sonho de Carnaval”. Conheceu também Caetano Veloso, frequentador do bar João Sebastião, reduto da bossa nova paulista.

Ganhou o Festival no ano seguinte com a música “A Banda” (dividindo o primeiro lugar com “Disparada” de Théo Barros) .  Com o sucesso da composição, mudou-se para o Rio de Janeiro onde grava seu primeiro LP, “Chico Buarque de Hollanda”. Ainda em 1966 conheceria Marieta Severo Lins, com quem acabaria se casando. No mesmo ano estreou como escritor publicando o conto 'Ulisses' no 'Suplemento Literário' do Estado.

Publicidade

Passou a trabalhar em diversas frentes que incluem a composição de um segundo disco, canções para teatro (incluindo o infantil “O Patinho Feio”) e trabalhando em rádio e televisão, gravando programas na Rádio Jovem Pan e na TV Record.

Em 1967 estreou como ator interpretando a si próprio no filme “Garota de Ipanema”. Com a ditadura militar em vigor no Brasil participa nos protestos contra o regime. Após o início do Ai-5, teve a peça “Roda Viva” censurada e foi investigado pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas). Em discordância com o momento político vivido pela país se auto-exila na Itália em 1969.

Chega a lançar dois LP enquanto esteve fora do país. É também nesse período que nasceu seu primeira filha Sílvia Severo Buarque de Holanda. Retornou ao Brasil em 1970 e lança seu quarto disco. Nesse ano compõe também “Apesar de Você” que vende mais de 100 mil cópias e se torna um hino contra a ditadura.

Quatro anos depois entraria em um novo ramo das letras. Escreve sua primeira novela “Fazenda Modelo”.  Iniciaria então um longo período fora dos palcos, onde continuou trabalhando em novas músicas, trilhas sonoras, peças de teatro e romances. Nesse período participaria apenas de espetáculos com causas sociais como o show no dia 1º de maio. Canta também em em outros países, sempre trabalhando pelas suas causas políticas.

Na década de 80 manteria sua luta contra o regime militar no Brasil compondo e militando para o fim da ditadura. Em 1991 lançaria seu primeiro romance “Estorvo”. O segundo viria em 1995, “Benjamin”. “Estorvo” viraria filme no final dos anos 90 e Benjamin iria para as telas em 2003. Publicou ainda “Budapeste” (2003), que também chegou aos cinemas e "Leite Derramado" (2009)

Lançou 53 discos ao longo de sua carreira. Escreveu peças como “Opera do Malandro” e “Calabar”. Além dos romances e novelas publicou também obras infantis como “Chapeuzinho Amarelo”.

Páginas selecionadas pelo Editor

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.