Delfim Moreira

Presidente do Brasil

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Por Redação
Atualização:

Delfim Moreira da Costa Ribeiro7/11/1868, Cristina (MG) - 1/7/1952, Santa Rita do Sapucaí (MG) 

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Como presidente brasileiro da dita república velha governou num espaço curto de tempo, conhecido como a “regência republicana”. Filho de uma portuguesa com um brasileiro iniciou os estudos no Seminário de Mariana, aproximadamente 450 km de distância de sua cidade natal. Anos mais tarde foi para São Paulo onde em 1886 ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Defensor dos princípios republicanos, Moreira teve parte na fundação dos jornais “República Mineira” e “Vinte e um de abril”. Faz parte da conhecida geração de Republicanos históricos que saíram das salas de aula do Largo São Francisco.  Formou-se em 1890 e, um ano depois, casou-se com a prima Francisca Ribeiro de Abreu, com quem teve seis filhos.   Sua carreira começou como promotor público em Santa Rita do Sapucaí onde também exerceu o cargo de juiz municipal. Foi novamente promotor público na cidade de Pouso Alegre. Sua vida política iniciou-se como vereador e presidente da câmara municipal de Santa Rita. Ocupou, por duas vezes, a função de deputado estadual e, entre 1902 e 1906, assumindo posteriormente a Secretaria do Interior da Província de Minas. Foi eleito senador estadual em 1906 mas, devido a uma enfermidade, retirou-se por dois anos para uma fazenda no interior de Minas Gerais. Ocupou o cargo de senador apenas em 1908 e assumiu novamente a Secretaria de do Interior de Minas Gerais entre 1910 e 1914. Foi, finalmente, presidente do estado de Minas Gerais entre 1914 e 1918. Nessa função destacou-se por buscar restabelecer as finanças do estado.   
Em 1918, Delfim Moreira foi eleito vice-presidente da república na chapa do candidato à presidência Rodrigues Alves. Como este adoeceu antes de tomar posse, tendo falecido pouco tempo depois, Delfim Moreira assumiu a presidência em novembro do mesmo ano e tomou logo as providências para a realização de novas eleições. Ficou oito meses no cargo.
    Seu governo foi marcado pela ausência do presidente, que sofria de arteriosclerose precoce, e portanto era obrigado a permanecer longos períodos afastado do palácio presidencial. O vice presidente conservou o ministério escolhido por Rodrigues Alves e contou com a ajuda do ministro da viação, Afrânio de Melo Franco, para cumprir as atribuições presidenciais. Seguindo as orientações constitucionais, convocou novas eleições tão logo foi constatado o falecimento de Rodrigues Alves, personalidade que, em seus últimos dias, era constantemente visitada por Moreira. Durante seu curto mandato chocou-se com as organizações operárias no país, tendo determinado o fechamento de sindicatos no Rio de Janeiro e tendo expulsado do país cerca de cem militantes de esquerda responsáveis pela fundação do Partido Comunista Brasileiro em junho de 1919. Com efeito, no início de seu período à frente do País, fora obrigado a enfrentar uma greve geral de trabalhadores que atingira o Rio e Niterói. Moreira também fez o Brasil ser representando na conferência pela paz ocorrida em Paris no final da Primeira Guerra Mundial, tendo enviado Epitácio Pessoa para a França com este intuito. Outras de suas decisões envolveram a publicação corrigida do código civil e a reformulação da administração do estado do Acre.   Ainda em 1919, Moreira entrega o poder a Epitácio Pessoa, que havia concorrido à presidência contra Rui Barbosa. O próprio Moreira fora reeleito vice-presidente para a chapa de Pessoa, mas não demonstrava interesse pela política devido à doença da qual não se livrara.   Apesar dos problemas de saúde que o acompanharam durante toda a vida faleceu com idade já avançada, um pouco antes de completar 84 anos de idade. Foi descrito por parentes, amigos e jornalistas como um presidente íntegro, supersticioso e avesso aos protocolos.

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