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Djalma Santos

Jogador de futebol

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Por Redação
Atualização:

Dejalma dos Santos

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27/2/1929, São Paulo (SP) - 23/7/2013, Uberaba (MG) 

Foi o primeiro jogador de futebol a transformar a batida de lateral em um cruzamento. Quando pegava a bola com as mãos, tanto adversários quanto os membros de seu time corriam para a área esperando a jogada de perigo. Entretanto não imaginava quando criança que seria esportista. O jogo era apenas uma diversão. Seu pai desejava que fosse militar e ele queria ser aviador.

Não concretizou seu sonho devido a um acidente que criou um problema em sua mão. Virou engraxate de dia e jogava no Internacional, clube de várzea da capital paulista, a noite. Já demonstrava diferencial dentro de campo, sendo convidado para fazer testes no Corinthians e no Ypiranga, mas devido a seu emprego não aceitou nenhuma das propostas. Acabou na Portuguesa em 1948 porque o patrão aceitou modificar seu horário.

Começou jogando no meio de campo, atuando como volante. Foi no ano seguinte, com a chegada de Brandãozinho, que veio da Portuguesa Santista, que Djalma foi deslocado para a lateral-direita, posição que o consagraria. No clube se consagrou bicampeão do Torneio Rio-São Paulo em 52 e 55. Participou do time que é considerado um dos maiores da história da Portuguesa.

Jogando pelo clube lusitano foi convocado para a Copa do Mundo de 1954. Foi titular no time que acabou desclassificado nas quartas de final para a Hungria (que não contou com o craque, Puskas, que estava machucado). Quatro anos depois acabaria fazendo história como reserva no time que foi campeão do mundo na Suécia. Era banco de De Sordi (jogador do São Paulo), que acabou contundido na semifinal. Djalma Santos entrou, jogou 90 minutos e foi eleito o melhor na posição no torneio.

Voltou como campeão e recebeu diversas propostas milionárias. Acabou sendo vendido para o Palmeiras. Foi convencido a jogar lá pelo amigo Julinho Botelho e o técnico Oswaldo Brandão. A Lusa havia acabado de comprar o estádio do Canindé e precisava de dinheiro para reformá-lo. Foi a transação mais cara do futebol brasileiro até então.

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Marcou época no alviverde, onde teve a melhor fase de sua carreira. Foi membro do período chamado de “Primeira Academia” do clube.  Se sagrou três vezes campeão paulista (59, 63 e 66) em um período de hegemonia no estado do Santos de Pelé (o primeiro título foi vencendo o alvinegro na final). Ainda conquistou mais uma vez o Rio-São Paulo (65), duas vezes a Taça Brasil (60 e 67) e uma vez o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (67). 

Defendendo o Palestra Itália foi convocado e acabou bicampeão do mundo com o Brasil, em 1962 no Chile. Disputou ainda a Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, quando se tornaria o primeiro jogador a completar 100 jogos pela seleção.

Permaneceu no Palmeiras até 1968. Realizou 498 jogos pelo clube sendo até hoje o 7º jogador que mais vestiu a camisa do time. Um pouco antes de se aposentar recebeu uma proposta do Atlético Paranaense e se mudou para Curitiba.

Defendeu o “Furacão” até 1971. Tirou o time de um quase rebaixamento no estadual para o vice-campeonato no ano seguinte a sua chegada. Foi campeão paranaense em 1970 e, apesar do curto período no clube, é lembrado como um dos grandes jogadores da história do rubro-negro. Encerrou a carreira em uma partida contra o Grêmio com quase 42 anos de idade.

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Virou técnico no próprio clube durante um período. Passou também por clubes na América do Sul, mas rapidamente viu que o seu destino era treinar os mais jovens. Foi para a Arábia Saudita e passou a ensinar crianças a jogar futebol.

Acabou fixando residência em Uberaba, terra onde morava parte da família de sua primeira mulher. Passou a coordenar um projeto da Secretária de Esportes da cidade chamado “Bem de Rua, Bom de Bola”, que ajudava crianças carentes por meio do esporte.

A idade não o impedia de continuar jogando futebol nos finais de semana. Foi o primeiro brasileiro a integrar a seleção da FIFA, em 1963. Está presente em diversas listas como o maior lateral direto da história do Palmeiras. Prezou pela técnica e disciplina nunca tendo sido expulso de campo.

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Internado com pneumonia, morreu aos 84 anos em 23 de julho de 2013 na cidade de Uberaba.

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