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Érico Veríssimo

Escritor

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Por Redação
Atualização:

Érico Lopes Veríssimo

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17/12/1905, Cruz Alta (RS) - 28/11/1975, Porto Alegre (RS)

A despeito de ser oriundo de uma família de ricos estancieiros gaúchos, cresceu numa época em que os negócios dos pais não iam tão bem, tendo trabalhado em cargos modestos, como auxiliar em comércios e balconista. Em 1909, sofreu uma grave crise de meningite, tendo se recuperado com dificuldade após a intervenção de um especialista da capital gaúcha. Em 1912, passou a frequentar o Colégio Elementar Venâncio Aires, situado no município de Cruz Alta. Oito anos depois, partiu para Porto Alegre, onde estudou no colégio protestante Cruzeiro do Sul. No novo colégio, Veríssimo apresentou excelente desempenho em matérias como estudos bíblicos, português e francês, afirmando seu talento precoce para as letras e humanidades.Em 1922, sem completar os estudos, Veríssimo retornou para a cidade natal visando auxiliar a família a cobrir suas despesas. Entre 1924 e 1925, após o divórcio de seus pais, o jovem viaja com os irmãos e a mãe para tentar a vida na capital gaúcha, mas a família retorna a Cruz Alta devido às dificuldades da metrópole. Trabalhou, então, como professor, bancário, atendente e sócio de uma farmácia, e teve seu primeiro conto publicado em 1929. Tratava-se de “Chico: um conto de natal”, publicado pela revista “Cruz Alta em Revista”. Na mesma época, a Revista Globo publicou os contos “Ladrões de gado” e “A tragédia de um homem gordo”.Em 1930, a farmácia da qual era sócio foi à falência. Então, mudou-se definitivamente para Porto Alegre, onde conheceu outras importantes figuras da literatura nacional, como Mário Quintana e Guilhermino César. Em 1931, assumiu o cargo de secretário de redação da Revista Globo e casou-se com Mafalda Halfen Volpe, com quem teve dois filhos. Também publicou sua primeira tradução, de uma obra de Edgar Wallace, pela editora da Livraria da Globo. Tratava-se da obra “O sineiro”.Apenas um ano mais tarde, Veríssimo foi promovido a diretor da Revista Globo e publicou uma coleção de pequenas histórias e textos dramáticos intitulada “Fantoches”. Em 1934, recebeu o prêmio Machado de Assis da Companhia Editora Nacional e foi homenageado pela Fundação Graça Aranha pelo conto “Caminhos Cruzados” em 1935. Tornou-se um ícone da literatura popular nacional em especial após o lançamento de “Olhai os Lírios do Campo”, em 1938. Em 1941, foi convidado pelo Departamento de Estado Americano a proferir uma série de palestras sobre cultura brasileira na América do Norte. Em 1943, assustado com a repressão instaurada pela ditadura de Vargas, decidiu se fixar nos Estados Unidos com toda a família, e passou a lecionar Literatura Brasileira na Califórnia.Em 1947, começou a escrever seu mais importante romance, “O tempo e o vento”, que alcançou cerca de 2 mil e duzentas páginas e tomou quinze anos para ser concluído. Consistia em três volumes, “O continente”, “O retrato” e “O arquipélago”, que foram publicados em 1949, 1951 e 1962 respectivamente. Sua obra foi elogiada pela crítica e divulgada com entusiasmo. Em 1953, o autor foi convidado a se tornar diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Organização dos Estados Americanos, função que cumpriu, pelos três anos seguintes, na capital dos Estados Unidos.Em 1961, o renomado escritor teve um enfarte do miocárdio. Perdeu a mãe em 1963. Em 1968, recebeu o prêmio Juca Pato de intelectual do ano. Em 1969, sua primeira casa se tornou um museu em sua homenagem. Em 1971, foi editado o livro “Incidente em Antares” e no ano seguinte foi celebrado o aniversário de 40 anos da publicação de seu primeiro romance. Publicou um livro de memórias, “Solo de Clarineta”, em 1973. Faleceu em novembro de 1975.Em 1985, a Rede Globo colocou no ar uma minissérie baseada na obra “O tempo e o vento”, com direção de Paulo José. Em 1995, foi homenageado pela UFRS e pela PUC-RS devido aos 90 anos de seu nascimento. Em 1997, foi publicada uma coletânea de entrevistas do escritor sobre literatura, arte e política, intitulada “A liberdade de escrever”. Em 2002, sua obra completa foi editada pela Globo e foi inaugurado o Centro Cultural Érico Veríssimo.

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