Ernesto Geisel
Ernesto Geisel
3/8/1907, Bento Gonçalves (RS) – 12/9/1996, Rio de Janeiro (RJ)
Em 1952, tornou-se membro permanente da Escola Superior de Guerra (ESG) e, em abril de 1953, foi promovido a coronel. Em 1956, assumiu diversos cargos, tendo sido comandante do Segundo Grupo de Canhões Antiaéreos, chefe da Seção de Informações do Estado-Maior do Exército (EME) e representante do Ministério da Guerra no Conselho Nacional do Petróleo (CNP). Teve um papel destacado no movimento militar de 1964, que derrubou o presidente João Goulart. Após ser escolhido para a presidência, Castelo Branco escolheu Geisel para exercer a chefia do seu Gabinete Militar. Em 1966, Geisel foi promovido a general-de-exército.
Enquanto ocupou o cargo de de chefe do Gabinete Militar do presidente Castelo Branco, Geisel foi encarregado de verificar denúncias de tortura, execução sumária e outros tratamentos cruéis dispensados aos opositores do regime. Também participou das decisões que levaram à cassação de governadores e deputados e ajudou a elaborar o anteprojeto da Constituição de 1967. Em março de 1967, tornou-se ministro do Superior Tribunal Militar e, entre 1969 e 1973, foi presidente da Petrobras.
Foi escolhido presidente por meio de eleição indireta, e sua posse ocorreu no dia 15 de março de 1974. O governo Geisel foi marcado por um processo de transição à democracia, definido pelo presidente como uma abertura “lenta, gradual e segura”. Na realidade, o processo foi tortuoso e não gradual, passando por avanços e retrocessos alternados, embora o balanço geral tenha sido um arrefecimento da repressão e da perseguição política. Geisel alegou enfrentar, repetidas vezes, a oposição dos setores mais conservadores do exército, que pressionavam o governo constantemente a abandonar a distensão. Em 1974, foi permitida a propaganda política da oposição e, um ano depois, foi abolida a censura prévia à imprensa. Em 1975, contudo, ocorreu a morte do jornalista Vladimir Herzog no DOI-Codi de São Paulo, o que prejudicou seriamente a imagem do governo. Em 1976, proibiu-se a aparição de candidatos políticos na televisão e no rádio e, em 1977, foram reafirmadas as eleições indiretas para governador e foram criados os “senadores biônicos” pelo chamado “pacote de abril”. Em 1978, o governo enfrentou a primeira greve de metalúrgicos desde 1964. No final do mesmo ano, o governo revogou o AI-5.
A política econômica do governo Geisel foi considerada “estatista”, tendo o presidente estimulado o crescimento das empresas estatais e das indústrias nacionais. Além disso, o presidente buscou contornar a crise do petróleo investindo no setor energético: a construção da hidrelétrica de Itaipu, o Programa Nacional do Álcool e o acordo nuclear Brasil-Alemanha foram realizados neste período. Na política externa, o presidente manteve uma orientação independente, tendo inclusive reconhecido o novo governo angolano de tendência comunista. O Brasil foi também o primeiro país a reconhecer o governo português formado após a Revolução dos Cravos.
Geisel entregou o poder a seu sucessor, João Figueiredo, no dia 15 de março de 1979. Depois, foi presidente da Norquisa-Nordeste e do Conselho de Administração da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene). Morreu no dia 12 de setembro de 1996.