Franco

Ditador espanhol

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Por Redação
Atualização:

Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde Vitti Salgado Pardo 4/12/1892, Ferrol (Espanha) - 20/11/1975, Madrid (Espanha)

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Entre 1912 e 1917 destaca-se em campanhas na África. Em 1923 no Marrocos, com o posto de tenente-coronel, assume o comando da Legião Espanhola. Aos 34 anos é promovido a general de brigada.  No mesmo ano apadrinhado por Afonso XIII, se casa com Carmen Polo, de uma família burguesa das Astúrias.

De volta ao  Marrocos com o grau de tenente-coronel, volta ao comando da Legião Espanhola, em 1923, e participa do desembarque na baía de Alhucemas e na reconquista do Protectorado (1925). Entre 1928 e 1931 dirige a Academia Militar de Saragoça.

Quando da implantação da República (1931) é afastado de cargos de responsabilidade (destacado para os governos militares da Corunha e das Baleares). O triunfo das forças de direita em 1933 o fazem regressar a altos cargos do exército. Foi o mentor da brutal repressão à Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião e, no ano seguinte é  nomeado chefe do Estado-Maior Central. Em 1936, o governo da Frente Popular o promove a comandante militar das Canárias.

Cruza o Estreito de Gibraltar com meios precários (aviões cedidos por Mussolini e Hitler e navios de pouca tonelagem) e avança até Madrid onde assume rapidamente a direção militar, em setembro 1936. Nas eleições desse mesmo ano na Espanha, os partidos de esquerda que formavam a Frente Popular saíram vitoriosos.

Em Abril de 1937 opositores de direita, com articulação e liderança de Franco, executam um golpe de Estado, com apoio de diversas regiões do país. A maioria das grandes cidades e regiões industriais, por sua vez, permaneceu fiel ao governo republicano de esquerda. Com o país dividido, iniciou-se a Guerra Civil Espanhola.

Os golpistas passaram a receber ajuda da Itália fascista e da Alemanha nazista que, assim, transformaram a Espanha num local de teste para seus novos armamentos. O início da participação nazista na Guerra Civil Espanhola ocorreu em Guernica, capital da província basca, uma pequena cidade considerada símbolo da liberdade desse povo.Numa segunda-feira, 26 de abril de 1937, a cidade foi bombardeada pelos aviões alemães da Legião Condor, colocada à disposição das forças de Franco. O ataque nazista provocou a destruição total de Guernica. Naquele mesmo mês, Franco uniu os partidos de direita e, em janeiro de 1938, se tornou chefe de Estado. Eliminou toda a resistência militar a seu governo em 1939, porém, prosseguiu com a repressão, tortura e os fuzilamentos. Todos os partidos políticos e reuniões (de palestras a passeatas) foram  proibidos.

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Terminada a guerra civil espanhola empreende a reconstrução do país. Cria um estado católico, autoritário e corporativo que recebe o nome de franquismo. Apesar das suas estreitas relações com a Alemanha e a Itália, mantém a neutralidade espanhola durante a Segunda Guerra Mundial.

Terminado o conflito, os vencedores isolam o regime franquista. Contudo ele se consolida  na base da promulgação de novas leis como a criação das Cortes (1942), Jurisdição dos Espanhóis (1945), lei do referendo nacional (1945) e lei da sucessão na chefia do Estado (1947), entre outras.

Em 1953 iniciam-se as relações diplomáticas com os Estados Unidos e, em 1955, o regime de Franco é reconhecido pela Organização das Nações Unidas. Em 1966 cria uma nova Constituição (Lei Orgânica do Estado) e três anos mais tarde apresenta às Cortes, como sucessor a título de rei, o príncipe Juan Carlos, neto de Afonso XIII.

Morreu aos 82 anos de idade, após passar um mês internado tratando de várias doenças. Durante sua permanência no poder, também liquidou o que restava do imponente império colonial espanhol. Concedeu independência à porção espanhola do Marrocos (1956), mantendo apenas algumas cidades próximas à Espanha continental, as chamadas “Plazas de Soberanía”, que ainda permanecem sob administração espanhola (Ceuta, Melilla, Alhucemas, Chafarinas e Peñón de Vélez). Doze anos depois é a vez da Guiné Espanhola (Guiné Equatorial), e por fim, o Saara Espanhol (1975).

O último gesto político de Franco foi restaurar a monarquia, estabelecendo que o príncipe herdeiro, Juan Carlos I deveria sucedê-lo após sua morte, o que de fato aconteceu, mantendo ainda hoje a Espanha como monarquia restaurada.

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