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Mário Lago

Ator e compositor

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Por Redação
Atualização:

Mário Lago

26/11/1911, Rio de Janeiro (RJ) – 30/5/2002, Rio de Janeiro (RJ)

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Descendente de uma família de músicos o pai de Mário Lago era o maestro e violinista Antônio Lago. Influenciado desde pequeno a entrar no mundo artístico, estreou nos palcos em 1916, substituindo o ator que interpretava o filho da personagem título de “Madame Butterfly”, em uma montagem da companhia de teatro do pai. Falava que a prova que seria um homem de festa, adepto da boêmia, teria vindo aos 7 anos de idade, quando engoliu um guizo. Cresceu no bairro da Lapa, famoso por sua vida noturna.

Com 15 anos publicou na revista Fon-Fon (na época uma das mais importantes do Rio de Janeiro) o poema “Revelação”. Entrou para a Faculdade de Direito e passou a escrever esquetes para custear os estudos.  Em 1929 entrou para o jornal O Radical. Em uma de suas primeiras tarefas foi cobrir um motim de presos que resultaria na Revolução de 1930. Nem voltou para a redação, se juntou aos revolucionários. Acabou entrando para o Partido Comunista, fato que culminou com sua primeira prisão, em 1932, quando fazia panfletagem na porta de uma fábrica. Seria preso devido a suas posições políticas mais cinco vezes (1941, 1946, 1949, 1964 e 1968).

Se formou advogado em 1933, mas exerceu a profissão por apenas 3 meses. No mesmo ano tornou-se autor de Teatro de Revista. Sua estreia como compositor foi apenas em 1935, quando conheceu Custódio Mesquita e fizeram juntos a marcha “Menina, eu sei de uma coisa”. O sucesso viria dois anos depois, com “Nada além”, em gravação de Orlando Silva.

Em 1939 escreve junto com João de Barro e Braguinha, o argumento e o roteiro do filme “Banana da Terra”, onde Carmem Miranda estreou estilizada de baiana e cantou “O que é que a baiana tem?” de Dorival Cammy. No ano seguinte, faz sucesso com a composição “Aurora”, gravada por Joel e Gaúcho.

Voltou aos palcos como ator em 1942, quando foi convidado por Joracy Camargo para interpretar um dos papéis principais da peça “O Sábio”. No mesmo ano compõe ao lado de Ataulfo Alves o samba “Ai que saudades da Amélia”.

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Sua estreia em rádio aconteceria em 1944, na então recém-criada Rádio Pan-Americana. No ano seguinte é contratado pela Rádio Nacional (de onde seria demitido três anos depois por questões políticas) Em 1947, conheceu Zeli Cordeiro, filha do dirigente comunista Henrique Cordeiro. Em novembro do mesmo ano se casaram. Pouco depois lançou seu primeiro livro "O povo escreve a história nas paredes".

Foi candidato a deputado estadual pelo PST em 1950, sendo apoiado por Luis Carlos Prestes. Não foi eleito e continuou seu trabalho como artista, estreando em TV em 1954, no programa “Câmera 1” da TV Rio. Iria para a TV Globo em 1966, onde estreou na novela "O Sheik de Agadir" vivendo um coronel nazista. Um ano depois participou do filme “Terra em Transe” de Gláuber Rocha.

Durante a década de 1970 continua atuando como ator, escritor e compositor, além de ser um ferrenho opositor do regime político vigente no Brasil. Participou em 1978 da novela “Dancing Days”, onde pela sua atuação recebeu o prêmio Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som (MIS). Foi beneficiado pela anistia em 1979, se livrando das acusações políticas.

Em 1984 lança sua primeira obra infantil: “O Monstrinho Medonhento” que foi um grande sucesso editorial. No ano de 1989 passou a militar para o PT, apoiando a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva a presidência da república.

No começo da década de 1990, cria o espetáculo "Mário Lago - Causos e canções", que permanece nos palcos até pouco antes de sua morte. Era possível encontrá-lo após as apresentações nos redutos boêmios da cidade onde estivesse se apresentando, contando causos e histórias. Sua última participação em televisão foi no ano de 2001, na novela “O Clone”.

Faleceu vítima de um enfisema pulmonar, aos 90 anos de idade. Escreveu ao todo 11 livros, participou de diversas novelas e minisséries na televisão, além de ser o autor de 200 músicas.

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