Olavo Bilac

Jornalista e poeta

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Por Redação
Atualização:

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac

16/12/1865, Rio de Janeiro (RJ) – 28/12/1918, Rio de Janeiro (RJ)

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O fundador da Academia Brasileira de Letras dedicou-se desde cedo à literatura e ao jornalismo. Foi o grande representante do parnasianismo no Brasil, movimento literário caracterizado pelo preciosismo e o culto à forma, traços recorrentes de sua poesia, cujos elementos estéticos principais são apresentados pelo escritor em seus famosos poemas “Via Láctea” e “Profissão de Fé”. Embora tenha iniciado os cursos de Medicina no Rio de Janeiro e de Direito em São Paulo, não chegou a concluir nenhum deles. Aos 19 anos, publicou o soneto “A Sesta de Nero” na Gazeta de Notícias, jornal em que passou a escrever na seção “Semana”, substituindo Machado de Assis. Durante a juventude, fundou alguns jornais, muitos com existência efêmera, e colaborou em diversos veículos.

Com a publicação de seu livro Poesia (1888), começa a ser reconhecido nos círculos literários de sua época. Dois anos depois, viaja pela primeira vez para a Europa, como correspondente de imprensa, onde conhece o escritor português Eça de Queiroz. Ali, funde o parnasianismo francês e a tradição lusitana, e escreve predominantemente sonetos. Nessa época, publica na Gazeta de Notícias, em folhetim, “O Esqueleto”. Fez jornalismo político durante a mocidade, atuando em favor da abolição da escravatura, e também no início da República, sendo perseguido pelo presidente Floriano Peixoto, o que o motivou a esconder-se em Minas Gerais Ali, passou a frequentar a casa do político Afonso Arinos, em Ouro Preto, onde escreve "Crônicas e Novelas" (1894). Ao regressar ao Rio, permanece detido por quatro meses na Fortaleza da Lajes.

Em 1896, participa da fundação da Academia Brasileira de Letras. Tornou-se oficial da Secretaria do Interior do Estado do Rio, foi inspetor escolar do Distrito Federal, e também participou como delegado em diversas conferências diplomáticas. Entre outubro de 1897 e dezembro de 1898, escreveu a seção “Diário do Rio”, no jornal A Província de São Paulo, atual O Estado de S. Paulo, publicando mais de 150 textos nesse período, entre crônicas, ensaios e jornalismo literário.

No início do século XX, publica o "Livro de Leitura" para o curso complementar das escolas primárias (1901), "Juca e Chico" (1901), uma tradução do clássico infantil do alemão Wilhelm Busch, "Crítica e Fantasia", "Contos Pátrios" (1904), e "Poesias infantis" (1904). Nessa época, é considerado o maior poeta vivo brasileiro, seus poemas são declamados em saraus e salões literários, e Olavo Bilac é eleito o “príncipe dos poetas brasileiros”. Em 1905, participa de um ciclo de palestras no Instituto Nacional de Música, proferindo a conferência “A tristeza dos poetas brasileiros”, e publica "Teatro Infantil", em conjunto com Coelho Neto, parceria repetida nas publicações de "Conferências Literárias" (1906) e "A Pátria Brasileira" (1909). Nos últimos anos de vida, publica "Através do Brasil" (1910), "Tratado de Versificação" (1910), "Ironia e Piedade" (1916) e "A Defesa Nacional" (1917).

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O autor da letra do "Hino à Bandeira", filho do cirurgião do Exército brasileiro Bilac, participou ativamente da campanha em favor do serviço militar obrigatório e também de campanhas cívicas pela instrução primária, sendo um dos fundadores da Liga da Defesa Nacional, motivos que o levaram a se tornar o Patrono do Serviço Militar pelo Exército Brasileiro. Morreu aos 53 anos, pouco antes do lançamento de seu livro de poemas "Tarde" (1919). Por seu extremo rigor à forma, foi alvo de intensas críticas pelos modernistas, o que não impediu que continuasse sendo um dos escritores mais lidos do país.

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