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Paulo Freire

Educador

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Por Redação
Atualização:

Paulo Reglus Neves Freire

19/9/1921, Recife (PE) – 2/5/1997, São Paulo (SP)

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O criador do mais revolucionário método de alfabetização para adultos do Brasil passou a infância e a adolescência em Recife, ao lado dos pais, o capitão da Polícia Militar de Pernambuco, Joaquim Temístocles Freire, e Edeltrudes Neves Freire, junto com os três irmãos. Ingressa na Faculdade de Direito da Universidade do Recife em 1943, mas não chega a exercer a profissão. Trabalha como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e se torna diretor da divisão de Educação e Cultura do recém-criado Sesi, onde trabalha durante dez anos. Durante a década de 1950, exerce o magistério na Escola de Serviço Social de Pernambuco e leciona História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife. Passa a integrar o Conselho Consultivo de Educação de Recife e, em 1961, é nomeado diretor da Divisão de Cultura da Secretaria Municipal de Educação.

No mesmo ano, já tendo defendido a tese "Educação e Atualidade Brasileira" (1959), na qual expressava sua filosofia educacional em que se baseia seu primeiro livro, torna-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da  Universidade do Recife. É nesse período que ocorrem as primeiras experiências de alfabetização popular, tais como a realizada na comunidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, que servirão de base para a construção do chamado Método Paulo Freire. O projeto educacional é incluído pelo governo nacional-desenvolvimentista de João Goulart para integrar Plano Nacional de Alfabetização, tendo Paulo Freire como coordenador, a convite do então Ministro da Educação, Paulo de Tarso Santos. O golpe de estado que se seguiria em 1964 suspende rapidamente a implantação dos núcleos de alfabetização previstos no Plano.

Perseguido pelo governo militar, permanece detido durante 70 dias e parte para o exílio. No Chile, aproxima-se de outros intelectuais brasileiros igualmente exilados, tais como Plínio Arruda Sampaio e o casal Fernando Henrique e Ruth Cardoso. Ali, torna-se assessor no Departamento de Desenvolvimento Agropecuário e consultor da UNESCO.  É durante o exílio chileno que publica no Brasil o livro "Educação como Prática da Liberdade" (1967), uma espécie de revisão ampliada de sua tese defendida no final da década de 1950, e também escreve "Pedagogia do Oprimido" (1970), considerado sua obra-prima. Após realizar viagens internacionais ao México e aos Estados Unidos, para participar de conferências e seminários, torna-se professor visitante da Universidade de Harvard, entre 1969 e 1970.

Após viver durante cinco anos no Chile, parte para a Suíça, onde se torna consultor do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra, e ali vive por dez anos. Por meio do Instituto de Ação Participativa (Idac), criado por ele na cidade suíça em 1971, visita diversos países africanos de língua portuguesa, disseminando sua metodologia pedagógica. Depois de mais de 15 anos no vivendo no exílio, retorna ao Brasil, transferindo para o Rio de Janeiro a sede do Idac, que passou a ser um Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais.

A partir de 1980, torna-se professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na  Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Filia-se ao Partido dos Trabalhadores e é nomeado Secretário da Educação do Município de São Paulo, entre 1989 e 1991, durante o governo da petista Luiza Erundina. publica "A Educação na Cidade" (1991), um conjunto de entrevistas concedidas a diversos órgãos de imprensa, nacionais e estrangeiros, durante o período em que atuou na administração paulista. Nessa época, recebe diversos prêmios internacionais, incluindo o Prêmio UNESCO da Educação para a Paz e o Prêmio Interamericano de Educação, e diversas universidades do Brasil e do exterior lhe outorgam o título de Doutor Honoris Causa. Falece aos 76 anos, vítima de infarto, quando escrevia seu 26º. livro. 

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