Xanana Gusmão
20/6/1946, Manatuto (Timor Leste)
Nasceu
durante a administração portuguesa no Timor. Cresceu em uma família
de sete filhos, tendo um irmão e seis irmãs. Aprendeu a língua dos
colonizadores com seu pai, Manuel Gusmão, que era professor,
completando seus estudos no Seminário de Nossa Senhora de Fátima em
Dare, e mais tarde, no Liceu Dr. Francisco Vieira em Díli. Durante
seu período no Liceu, começa a trabalhar, como topógrafo e dava
aulas na Escola Chinesa.
Entrou
para o exército português em 1968, permanecendo três anos
prestando serviço militar e atingindo a patente de cabo. Após esse
período entraria para Associação Social Democrata (ASDT), que
aproveitou as mudanças políticas em Portugal, e o processo de
autoafirmação promovida por eles para iniciar a independência do
Timor Leste. No mesmo ano, o movimento transformou-se na Frente
Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN). Xanana
utiliza seus conhecimentos de fotógrafo e jornalista e assume como a
direção do Departamento de Informação.
As
coisas mudam em 7 de dezembro de 1975 quando a Indonésia invade o
Timor. O líder do FRETILIN, Nicolau Lobato, perde a vida juntamente
com grande parte da cúpula do partido durante uma operação
denominada “Cerco”. Gusmão assume então a responsabilidade de
reorganizar a Frente e continuar a luta pela independência.
Eleito
líder da resistência na Primeira Conferência Nacional da FRETILIN
em 1981, passou a defender uma solução pacífica para o conflito.
Dois anos depois iniciou negociações com as Forças Armadas da
Indonésia que resultaram em uma trégua até agosto de 1983.
Continuou organizando a resistência contra os invasores até 1992,
quando no dia 20 de novembro foi capturado pelo exército
indonésio.
Após
o julgamento acaba condenado e enviado para a prisão de Semarang na
Indonésia, ficando junto com prisioneiros comuns. Após pressão
internacional vai para a Casa de Detenção de Cipinang, voltada para
detidos políticos. Passa a dedicar seu tempo a aprender indonésio e
inglês, pinta e faz poesia, além de desenvolver estratégias para a
resistência timorense. Algumas de suas obras acabam vendidas e as
verbas destinadas para o país.
Mesmo
preso é reafirmado como líder da Resistência Timorense e
Presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT) em
1998. No ano seguinte, o governo da Indonésia promete conceder
independência ao Timor caso a consulta popular que seria realizada
rejeitasse o plano de autonomia proposto pelo governo. Xanana acaba
transferido para o regime de prisão domiciliar em Salemba, na parte
central de Jacarta. Ali continuaria na posição de destacado líder
político. Recebeu em sua casa diversos chefes de governo como o
ex-Presidente dos EUA, Jimmy Carter, a Secretária de Estado
americana, Madeleine Albright e o Ministro dos Negócios Estrangeiros
do Japão, Masahiko Komura.
O
referendo de 30 de agosto de 1999, patrocinado pela ONU, marca o fim
do domínio indonésio sobre o Timor Leste. Em 7 de setembro do mesmo
ano, Xanana é libertado da prisão e volta para seu país natal. No
ano seguinte foi o Porta-Voz do Conselho Nacional que tratava da
transição de governo.
Em
2001 passou a se dedicar a a AVR, Associação dos Veteranos da
Resistência. Sua participação política em todo o processo de
independência do país acabou coroada em 2002, quando no dia 14 de
abril foi eleito presidente da República do Timor Leste. Tomou posse
no dia 20 de maio do mesmo ano.
Seu
mandato durou até 2007. Após sei período como presidente foi
eleito como chefe do partido CNRT (Congresso Nacional para a
Reconstrução de Timor-Leste). Eles formariam uma aliança com
outros partidos garantindo para a coligação maioria no
congresso.
Em
03 de agosto do mesmo ano foram convidados a ajudar na formação do
governo. Cinco dias depois tomaria posse o IV Governo Constitucional,
tendo Xanana Gusmão no cargo de Primeiro-Ministro da República
Democrática de Timor-Leste. Seu mandato termina em 2012.