Yasser Arafat
24/8/1929, Cairo (Egito) - 11/11/ 2004, Clamart (França)
Arafat
viveu a maior parte da infância no Cairo. após a morte de sua mãe,
entre os seus 5 e 9 anos, morou com um tio em Jerusalém. Após a
crise do Suez, foi viver no Kuwait, onde passou a trabalhar como
engenheiro fundando sua própria empresa posteriormente.
No
Kuwait esteve envolvido na criação da Fatah, organização dedicada
ao estabelecimento de um estado palestino independente e o fim de
Israel. No fim da década de 1960 a Fatah passou a controlar a
Organização de Libertação da Palestina (OLP), e em 1969 Arafat
foi nomeado seu presidente, substituindo Ahmed Shukairy. Tornou-se
chefe do Estado Maior das Forças Revolucionárias Palestinas e em
1973 o líder político da OLP.
Em
Setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, descrito como uma fachada
operacional de Arafat, raptou 11 atletas de Israel durante os Jogos
Olímpicos da Alemanha. Dois foram executados e na tentativa de mover
os restantes, um tiroteio com a polícia resultou na morte de todos
os demais. Em 1974 ordenou que a OLP se abstivesse da violência fora
de Israel, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. No mesmo ano,
tornou-se o primeiro representante de uma organização não
governamental a discursar numa sessão da Assembleia Geral das Nações
Unidas.
As
operações da OLP no Líbano desempenharam um papel importante
durante a Guerra Civil Libanesa. Cristãos libaneses alegam que a
organização foi responsável pela morte de milhares. Tal situação
levou Israel a conduzir duas grandes operações militares no Líbano,
a Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre foi dominada
conjuntamente pelas Forças de Defesa de Israel e o exército
libanês, e a Operação Paz para a Galileia (1982), onde Israel
ocupou a maior parte do sul do Líbano. Durante esta última operação
os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao
mesmo tempo, entre 800 e 3500 palestinianos, na sua maioria civis,
foram mortos pelas milícias cristãs libanesas, no Massacre de Sabra
e Shatila, num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo
assassinato do líder cristão libanês Bachir Gemayel.
Durante
a década de 1980, recebeu apoio de Saddam Hussein, o ditador do
Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela
derrota militar. Em 15 de Novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado
da Palestina". Num comunicado de 13 de Dezembro de 1988,
declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das
Nações Unidas e prometeu o futuro reconhecimento de Israel. A 2 de
Abril de 1989, foi eleito presidente do estado palestino.
No
entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema durante
a Guerra do Golfo de 1991. Arafat foi o único líder árabe a tomar
partido pelo Iraque antes da guerra. Em represália os Estados Unidos
o boicotaram e as negociações em andamento pararam.
Em
1993 recebeu o Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak
Rabin. No ano de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como
primeiro-ministro de Israel, as relações entre Israel e Palestina
tornaram-se mais hostis. Netanyahu tentou obstruir a transição para
o estado Palestino delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o
presidente dos Estados Unidos Bill Clinton interveio, arranjando um
encontro com os dois líderes. O Resultado foi o Memorandum de Wye
River, de 23 de Outubro de 1998. O acordo detalhava os passos a tomar
pelo governo israelense e pela OLP, para completar o processo de
paz.
Morreu
aos 75 anos, com falência múltipla dos órgãos, após treze dias
internado no hospital militar Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris.
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma Palestina
cristã. Sua esposa, Suha Arafat. Do relacionamento nasceu Zahwa. A
sua esposa e filha vivem atualmente em Paris. Suha Arafat tornou-se
recentemente cidadã francesa.